Tapete vermelho estendido por Luanda baralha cérebro de Milca Caquesse
Os moradores desajolados do Lote 1, no bairro Prenda, em Luanda, acabaram por registar na última semana um duro golpe na luta diária por uma resposta do Estado angolano aos inclementes apelos para uma solução urgente do problema por que passam, depois que em finais de Abril último o edifício ameaçou colapsar.
Ao calvário a que se vêem obrigados a enfrentar todos os dias, marcado pelo total desconforto de viver há já quatro meses em casa de familiares e amigos, junta-se agora o facto de se confrontarem com um primeiro abanão: a morte prematura de Fernando Rodrigues (Fefé), um jovem, mas antigo morador do prédio agora encerrado para “eternas decisões”, para quem a vida passou a ser um sofrimento.
Ou seja, depois que se viu despojado da casa e dos seus haveres, depois de ver a família quase ao relento, a vida deixou de fazer sentido para o malogrado Fefé (foi a enterrar na última quarta-feira, 23.08, depois de estar a lutar com dois Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorridos de forma simultânea, em consequência da terrível situação que os moradores do Lote 1 estão a viver, e, derivada do total abandono das autoridades, passados quatro meses.
A partir do momento que apareceram alguns paspalhões, feitos agentes administrativos, autênticos vendedores de sonhos, com estapafúrdias e descontextualizadas promessas, quase obrigados a enfrentar um clamoroso desterro, este é o estado anímico a que se vêem votados as famílias que habitavam o Lote 1, num total de 41 apartamentos.
O Fefé, para melhor dizer, é apenas a parte visível do iceberg que pode convocar outros desafortunados. É que começa a ficar cada vez mais gorda a lista de pessoas moradoras daquele edifício agora «surradas» pelas mais diversas maleitas, com a hipertensão a fazer morada entre a maior, só de pensar na desdita e na incerteza do silêncio de quem manda nesta sanzala que, com o passar dos tempos, se vai mostrando sem rei, nem roque.
E no topo do famigerado exército de vendedores de banha de cobra há um nome que se sobrepõe aos demais: MILCA CUESSUE CAQUESSE, uma até então desconhecida militante do MPLA, a quem precipitada e erradamente foi confiada a administração do município de Luanda.
Como um cágado colocado na copa de uma árvore, diz-se à boca pequena que a assanhada e petulante Caquesse tem como escudo o próprio Governador Provincial de Luanda, Manuel Homem, pessoa que um dia acordou e resolveu estender um tapete vermelho, arranjar um veludo e acolhedor sofá antes de a entregar o controlo remoto da administração municipal de Luanda, ingredientes que acha bastante para levar até ao famoso quero, posso, mando.
Se não travada a tempo, apesar da exagerada proteção às suas diatribes, Caquesse está disposta a tudo e mais alguma coisa para mostrar que é ela — e mais ninguém - quem, no fundo, manda na província de Luanda e resumir Manuel Homem a simples adorno do Palácio da Mutamba.
Insaciável nas suas ambições, a debutante Caquesse não pestaneja quando em jogo está o seu imaginário poder, de sorte que se dá até ao desplante de ameaçar todos os que ousam confrontar com factos a sua incompetência e arrogância.
De boca cheia, em alto e bom som, assume-se como a “senhora de Luanda”. Ou seja, é ela quem manda e, por isso, a sua palavra deve constituir documento. Aliás, um vídeo que circulou recentemente nas redes sociais é prova disso: em cima da Milca só mesmo a Caquesse.
A «menina do beliscão» não esconde o trungungu herdado do Sambizanga e transporta para todos os momentos da sua ainda jovem vida de apenas 38 anos.
Insensível, não mede meios para mostrar o poderzinho com que se pavoneia. E agora revela-se um verdadeiro terror para os moradores do “desovado” Lote 1, de tanto que passou a ser acusada de impiedosa perseguição aos membros da comissão de moradores.
Talvez por passagem pelo Cofre de Previdência da Policia Nacional, a dona do carrossel que se tornou a administração de Luanda pretende-se a estrela mais cintilante da companhia e, vai daí, decidiu avançar com mais uma medida tresloucada: ameaçar com ordem de arbitrárias detenções as figuras mais incómodas da comissão de moradores.
E só pelo simples facto de que pretendiam velar o vizinho e amigo Fernando Rodrigues “Fefé”, que partiu para a eternidade, de forma prematura, também por culpa da Administração Municipal de Luanda.
É como se todos fossem obrigados a aceitar o inaceitável e embarcar nas suas desvairadas e petulantes aventuras administrativas.
Cegada pela ambição desmedida de “chegar lá”, o bicho, certamente, comeu-lhe a pouca massa cinzenta que ainda restava, tornando-a numa banalidade de pessoa com um cérebro ainda mais banal e preguiçoso.
Convenceu-se que basta estalar o dedo para que qualquer esterco se transforme em raro diamante.
Anónima sem predicados que a façam destacar em nada faz recurso ao medo, à arrogância e ao poder que não tem, Caquesse está mais para os holofotes e para “enfant terrible” do que para congregar os desfavorecidos que alardeia defender, quando se lhe convém.
As pessoas aturam e a paciência tem limites. É hora de dizer à “rainha da sucata” que o seu umbigo não é e nunca será o centro do sistema solar.