"A figura do Bastonário da OAA como factor de unidade da classe"
Ontem, tive o privilégio de assistir a um momento memorável que, enquanto advogado, muito me tocou e elevou o nosso Bastonário, revelando-o como um líder humano e altruísta, profundamente comprometido com a unidade da nossa classe.
Embora alguns possam ter discordado do facto de um colega ter partilhado trechos de uma conversa privada entre ele e o seu líder, interpreto este gesto com um olhar mais profundo, que nos oferece duas grandes lições.
A primeira, do lado do Bastonário, foi a sua demonstração de inteligência ao perceber que a advocacia de uma causa não é, de forma alguma, sinónimo de oposição à sua gestão. Ao clarificar as intenções dos nossos colegas que defendem os reclamantes, o Bastonário mostrou-se um líder democrático, aberto ao diálogo, e capaz de governar com sabedoria um grupo de profissionais intelectualmente distintos.
A segunda lição que podemos retirar é o respeito que o nosso colega demonstrou pelo Bastonário. Isto ficou claro tanto na forma cordial com que acolheu a chamada – expressando um “regozijo-me” – quanto na sua disposição para se desculpar diante do Bastonário, gesto que evidencia a consideração e o respeito mútuo.
Devemos, pois, acolher este gesto com simpatia e deixar para trás as especulações, reconhecendo que o debate sempre foi de ideias e de natureza técnica.
As eleições na nossa Ordem são um capítulo encerrado há muito, e agora só existe a OAA – não há vencidos nem vencedores, há apenas um corpo profissional unido.
O nosso Bastonário está muito à frente dos homens do seu tempo, e todos temos algo a aprender com ele. No final, este episódio não só nos enriquece a todos, como nos convida a uma reflexão mais profunda sobre a importância da ciência e da razão na nossa prática diária.
Tenho aprendido bastante com este processo.
Bem-haja à OAA, que sempre preservou o bom senso e a harmonia. Que as discussões continuem a ser técnicas, e que deixemos de lado a divisão e a hostilidade, reconhecendo que, no fundo, nunca houve lados opostos.
Atentamente, Martinho Luiba - Advogado e Jornalista