Turismo em declínio desde 2014
O ano de 2014, foi o pico de entrada de turistas em Angola, com uma cifra de 600 mil entradas, que resultou num encaixe de 216 milhões de Kwanzas, contra os cerca de 200 milhões de 2023, um aumento de 35 por cento em relação a 2022.
Por: Mbengui Pedro
A imprevisibilidade do preço do barril de petróleo tem vindo a afectar directamente a economia nacional com reflexos negativos na entrada de turistas no país, refere o economista Agostinho Mateus para quem o facto de Angola possuir enormes recursos turísticos, bem como a aprovação nesta terça-feira, 1 de Fevereiro, o Diploma que regula o exercício do sector e a recente isenção de vistos para 98 países, não é suficiente para atrair turistas.
O fraco investimento em infra-estruturas, a inflação bem como a instabilidade cambial, associado ao elevado custo de hospedagem, a alimentação, a insegurança e o débil sistema de saúde são igualmente factores que afugentam os turistas.
"O turismo está associado a estabilidade económica do país. O péssimo estado da malha rodoviária e o excesso de controlos nas vias contribuem não impulsionam o turismo até para os nacionais". Deplorou.
O também professor universitário e investigador lembra que os Polos de Desenvolvimento Turístico bem como as propaladas sete maravilhas, não oferecem atractividade, por isso sugere mais investimentos capazes de fazer com que os visitantes se sintam acomodados.
Sublinha que nos últimos anos, regista-se a saída de mais angolanos do país, incluindo investimentos em relação as entradas, lembrando que em 2022, entraram no slo pátrio apenas 129 mil 733 turistas, menos 40,2 por cento em relação a 2019, altura em que cifra ficou em 217 mil, o que representou uma contribuição no Produto Interno Bruto (PIB), de cerca de 3 por cento.
De acordo com dados do Ministério da Hotelaria e Cultura, o país conta com uma rede de hotéis similares na ordem dos 364 unidades, o que corresponde a 19 mil quartos e, perto de 5.000 restaurantes, bem como 482 Agências de viagens e turismo, o que perfaz cerca de 17 mil 344 empregos.
Com o andar da carruagem segundo o economista a meta do Executivo de atrair 10 milhões de turistas até 2030, bem como a criação de um milhão de empregos pode estar comprometida, basta olhar os dados publicados recentemente durante o fórum turístico do Okavango Zambeze.
"Uma viagem de 1.000 quilómetros que em condições normais se podia fazer em 10 horas, hoje por hoje, é feita em 48 horas, o que acarreta custos enormes, desgaste físico, de tempo e dos veículos", enfatizou.
Concluindo que nas fronteiras do Sul do país, por exemplo registou-se a saída de 133 mil 89 angolanos, contra os 21 mil 414 expatriados, a partir dos posto a fronteiriços do Cuangar, Calai, Mucusse e Dirico.