Reunião do G20 - Vera Daves defende posição de Angola diante da tensão da economia global
Angola participou, igualmente, na trilha Sherpas, composta por 15 grupos de trabalho e duas forças-tarefa. A ministra das Finanças, Vera Daves, que chefiou a delegação angolana, teve a missão de defender a posição do país num momento de tensão à economia global.
Por: Na Mira do Crime
De 28 a 29 de Fevereiro do corrente ano, Angola participou, na cidade de São Paulo, Brasil, na primeira reunião dos ministros das Finanças e Governadores dos Bancos Centrais do G20 para análise de assuntos ligados ao papel das experiências nacionais e da cooperação internacional nas políticas económicas.
Num ano que contou igualmente com a aceitação da União Africana como membro permanente da organização, Angola e mais sete países não-membros da organização, nomeadamente o Egipto, Nigéria, Espanha, Portugal, Noruega, Emirados Árabes Unidos e Singapura, participaram de reuniões de especialidades e cúpulas do seu programa de trabalho a convite da nação anfitriã.
Entre preocupações sobre os riscos negativos para a economia global, endossados pela "escalada de conflitos, a fragmentação geoeconómica, o aumento do proteccionismo e as perturbações nas rotas comerciais", a delegação angolana, chefiada pela ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, em conjunto com os demais ministros das Finanças e governadores dos Bancos Centrais do G20, discutiram assuntos ligados ao papel das experiências nacionais e da cooperação internacional das políticas económicas para resolver a desigualdade, perspectivas do crescimento económico global, inflação, emprego e estabilidade financeira, tributação internacional para o século XXI e o papel da dívida global e das finanças para o desenvolvimento.
No âmbito da presidência rotativa do G-20 pela República Federativa do Brasil, o convite deste país teve em vista ventilar um realinhamento da política externa brasileira com a agenda dos outros países em desenvolvimento, focalizando a sua presidência em três prioridades, designadamente, “inclusão social e combate contra a fome e a pobreza”; “transição energética e desenvolvimento sustentável”; e, por último, “a reforma das instituições de governação global”.
A agenda da delegação angolana contemplou reuniões bilaterais ao nível da ministra Vera Daves de Sousa com o seu homólogo do Brasil, Fernando Haddad, e com o subsecretário do Departamento do Tesouro Americano, Jay Shambaugh, e abordaram assuntos do quadro de cooperação bilateral e multilateral.
Para além da titular da pasta das Finanças, a delegação angolana integrou a secretária de Estado para o Orçamento, Juciene Cristiano de Sousa, o vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Pedro Castro e Silva e o director do Gabinete de Estudos e Relações Internacionais, Patrício Neto.
Angola, como país convidado, partilha da trilha das finanças através da representação institucional do Ministério das Finanças e do BNA, envolvidos nas agendas dos sete grupos de trabalho da referida trilha, bem como das reuniões de alto nível dos Vice-Ministros das Finanças e Vice-Governadores dos Bancos Centrais, assim como dos Ministros e Governadores dos Bancos Centrais do G20.
Angola participa igualmente da trilha Sherpas, composta de quinze grupos de trabalho e duas forças-tarefa, através do Ministério das Relações Exteriores que engaja as diversas instituições nacionais de acordo com as várias temáticas da agenda de trabalho Sherpas.
O G20 ou Grupo dos 20 é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia e a União Africana, admitida como membro permanente em 2023, e conta com duas trilhas, a das finanças e sherpas e forças-tarefas.