Algemado numa árvore na Direcção do DIIP: Cidadão conta dias terror passados nas mãos de efectivos da polícia “por cunha” de um militar
Um cidadão de nome Gonçalves Agradece Camuanguina de 37 anos de idade, morador do bairro Capalanga, município de Viana, acusa efectivos da Direcção Geral do DIIP de o terem espancado brutalmente a pedido de um irmão da sua mulher, militar, por causa da sua residência onde vive com a família, e que tem criado muitos problemas no seio dos parentes da mulher.
Por: Kihunga Bessa
Em declarações a este jornal, Gonçalves conta que é motorista de profissão e realizava viagens inter- provinciais, onde conseguiu construir duas residências de diversos compartimentos, sendo um edifício de segundo andar na zona do Capalanga, que tem despertado o ódio de alguns irmãos de sua mulher e não só, gerando vários conflitos.
Segundo o nosso entrevistado, tudo começou na tarde de quinta-feira 29 de Maio do ano 2023, em o mesmo terá brigado com sua esposa, por proferir palavrões, acusando-o de feiticeiro, tudo pelo facto do mesmo ter procurado uma curandeira, para o tratamento de “mina tradicional” vulgo "tala" que apoquentava a sua perna direita.
Diante dos ataques da mulher, conta, o jovem decidiu abandonar a casa durante alguns dias, para acalmar os ânimos da esposa.
“Durante a minha ausência, um dos meus cunhados, que é militar, passou a viver na minha casa, onde permaneceu até dia 10 de Junho, tudo para ajudar os planos da irmã, que era de ficar com a casa, caso que me irritou e pedi que o mesmo se retirasse da minha casa”, explicou.
Esta atitude (expulsar o cunhado), explicou Gonçalves, fez com que a sua esposa se revoltasse contra ele, e decidiu sair de casa com o seu irmão, decisão que era apoiada pelo cunhado que, ainda assim, agitava que a irmã se retirasse mesmo casa.
“Fiquei irritadíssimo e decidiu expulsa-lo à força, partindo para agressão”, recordou, acrescentando que, ficou surpreendido com uma enchente de pessoas que invadiram o seu quintal, com intenção de agredi-lo.
“Depois de escapar da garra dos agressores, dirigi-me até a Esquadra 45, do Capalanga, onde abri uma participação, mas, sendo tarde, as autoridades orientaram voltar para casa, para que no dia seguinte efectuassem buscas” informou.
Irmão militar acciona agentes do DIIP para intervir
“Segui a orientação dos agentes, no entanto, por volta das 22 horas, fui surpreendido por cinco agentes do DIIP da Direcção Geral, amigos do meu cunhado militar, que sem mais nem menos começaram a me agredir perante os meus filhos", narrou, acrescentando que, depois de ser brutalmente espancado, foi colocado na bagagem da viatura, e foi levado até a Direcção Central do DIIP, onde voltou a ser brutalmente espancado, e obrigado a passar toda noite algemado numa árvore.
“Era muita brutalidade, dia seguinte levaram-me até a Esquadra do Sequele, onde fiquei durante 10 dias detido, depois, não satisfeitos, levaram-me novamente para a direção geral, sob custódia de um instrutor identificado apenas por Sr. Adão, que me obrigou a assinar um documento em que era acusado de vários crimes”, lamentou.
“Depois”, continuou, “fui transferido outra vez para a Esquadra do Capalanga, onde fui ouvido por um procurador, que me aconselhou a não ter mais problemas com a esposa, até que tudo se resolva”.
No entanto, disse, já o instrutor o havia proibido “de por os pés na sua própria casa”.
O jovem, diz que já recorreu as autoridades policiais, mas, o processo não dá sequência porque os próprios agentes sabem dos erros que cometeram.
“Quero que a casa seja comercializada, para uma divisão justa, clamo por justiça, preciso ajuda dos órgãos do Estado, já que alguns militares e polícias estão a intervir de forma dolosa”, pediu.
DIIP diz que o jovem fez pacto satânico e quis sacrificar uma filha
O NA MIRA DO CRIME contactou o Porta-voz do DIIP-geral, Intendente Quinto Ferreira, para ouvir a versão da órgão.
Segundo o responsável, Gonçalves Agradece Camuanguina, terá feito um pacto satânico, com a finalidade de ter muito dinheiro.
“Foi orientado a convencer a sua mulher a sacrificar um dos filhos. A esposa, não concordando, começou a ser ameaçada de morte, inclusive a família dela, sendo que o mesmo senhor ainda chegou a vender o carro da mulher”, acusou.
“Como não bastasse”, disse o Porta-voz, o jovem gastou para seu benefício todo dinheiro da esposa, que é proprietária de uma cantina.
Quanto a agressão, Quintino diz que em nenhum momento foi agredido por a gentes do DIIP.
“O suposto militar das Forças Armadas Angolanas, irmão da mulher do senhor, foi obrigado a deixar a sua casa para se hospedar na casa da irmã, que se encontrava em perigo”, explicou.
“A senhora, sentindo-se ameaçada, recorreu as estâncias superiores, no caso a Direcção do DIIP, onde abriu uma participação que decorre os seus trâmites”, sustentou.
O jovem enviou ao Na Mira do Crime várias imagens com hematomas no rosto, que terão sido feitos pelos efectivos da polícia.
Diz que tem cinco filhos, e pretende dividir equitativamente o que possui.