Angola Telecom: Um “laboratório” de roubos e branqueamento de capitais com intimidação e abuso aos funcionários
A empresa de telecomunicações Angola Telecom enfrenta sérios problemas na sua gestão, estando instalado um conflito entre o Conselho de Administração e Comissão Sindical, este último que desmente informações deturpadas que não condizem com a realidade que se vive na empresa. “A gestão é danosa, o Ministério apoia as atrocidades, os trabalhadores são enganados pela direcção e a perseguição é uma realidade, a que se junta a extrema censura da chefia”, acusam.
Por: Na Mira do Crime
A 20 de Março do corrente ano, este jornal recebeu denúncias preocupantes sobre a Angola Telecom que se debate há mais de uma década com fortes problemas financeiros e sobretudo de gestão.
A liderança da empresa já demonstrou que não tem capacidade para gerir a empresa, mas para camuflar a sua incompetência, implantou um sistema de intimidação, arrogância e ditadura.
“A actual gestão da Angola Telecom é corrupta e viciada...”, apontam os trabalhadores.
“Os membros do Conselho de Administração não estão comprometidos com o Estado nem com os colaboradores da empresa, usam os recursos da empresa para enriquecimento próprio, ilicitude que se estende às empresas contratadas sem o devido concurso público e na base de compadrio e parentesco”, acusam.
Continuando, os denunciantes afirmam que os contratos celebrados em nada beneficiam a empresa, os esquemas são devidamente montados e todos os meses realizam-se transferências avultadas de dinheiro para pagamentos a “empresas fantasmas” e não só.
Assim sendo, o colectivo de trabalhadores em conjunto com a Comissão Sindical, consideram que no seio da empresa impera a corrupção, o nepotismo, roubo e branqueamento de capitais, entre outros esquemas fraudulentos.
“Esta prática é reiterada, o Conselho de Administração, liderado pelo Sr Adilson Miguel dos Santos, igualmente PCA da operadora Movicel por acumulação de cargos, tudo tem feito de errado a fim de tornar os trabalhadores cada vez mais miseráveis sobre o olhar e conivência do ministro das Telecomunicações e Tecnologia de Informação, Mário de Oliveira”, descrevem.
A Comissão Sindical informa ainda que os mesmos vangloriam-se de serem protegidos pela Cidade Alta (Presidência da República).
A actual administração da Angola Telecom tem perseguido os funcionários com despedimentos, ameaças e coação.
“Recentemente o presidente do Conselho de Administração, usando o poder conferido pelo Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, despediu o actual 1º secretário da Comissão Sindical da Angola Telecom, José M. Carvalho, por alertar os colaboradores e outras entidades do Estado sobre a gestão danosa da empresa e exigir um pedido de resposta ao caderno reivindicativo de 2020, que culminou com uma greve que se arrastou por um período penoso de 120 dias”, referem.
Entretanto, a empresa nega-se a pagar os 4 salários pendentes e a responder os principais pontos que constam do caderno reivindicativo tais como: aumento salarial na ordem de 50% e aumento do subsídio de alimentação, saúde e habitação.
Não há cordialidade entre a entidade empregadora e seus funcionários, os trabalhadores são marginalizados e sentem-se com a vida infernizada pela direcção, assim como pela inexistência de condições laborais para o exercício das suas funções.
“Na Angola Telecom falta de tudo: falta transporte, equipamentos, saúde, higiene e ergonomia no trabalho, a pior parte é a alimentação dos colaboradores que alimentam-se extremamente mal”, revelam.
A Comissão Sindical da empresa escreveu a vários órgãos competentes do país, incluindo a Presidência da República, mas tem sido ignorada, pelo que, os trabalhadores, sentindo-se menosprezados, exigem uma auditoria urgente à empresa.
No entender dos funcionários, os factos são evidentes, os prevaricadores e delapidadores do erário continuam na empresa, indicando que “o 8° e 9° andares da empresa, localizada na rua das Quipacas 186, é a porta de entrada do ‘laboratório’ dos esquemas”.
O colectivo de trabalhadores, desesperados, clamam ao Governo, dizendo que “não pode haver défice quando o lucro está diante de todos”.
Os trabalhadores não entendem, porque depois da greve tendo o caso chegado a tribunal, mesmo havendo matéria favorável aos trabalhadores, levou semanas para se concluir o processo e passado mais de um ano, o tribunal não tuge nem muge!
Mais desenvolvimentos sobre este caso em próximas edições!