Funcionários do hospital Divina Providência em greve
Profissionais de saúde do hospital Divina Providência, em Luanda, decidiram quinta-feira, 01, paralisar os serviços mínimos, durante uma semana, por falta de entendimento com a direcção do hospital.
Em causa, contam os associados, estão os sucessivos atropelos aos pontos "essenciais constantes do caderno reivindicativo", pelo actual Director Geral daquela unidade hospitalar, Miranda Bambi.
Dentre os pontos elencados pelo sindicato consta o que chamam de "despedimentos arbitrários, falta de refeições, salários medíocres e as péssimas condições de trabalho".
António Ulu, porta-voz do sindicato de trabalhadores do hospital Divina Providência, conta que a greve inicialmente, estava marcada para o dia 04 de Março, tendo sido suspensa pela direcção do hospital, até ao dia 19 do referido mês.
Segundo o sindicalista, os profissionais da seringa, naquela unidade hospitalar, apresentaram 11 pontos no caderno reivindicativo, sendo que deste número, apenas seis foram aprovados pela direcção do hospital.
"Eles são matreiros, dos seis pontos, inicialmente aprovados, três foram ignorados, sinal de que apenas queriam impedir a realização da greve", desconfiou.
Segundo Ulu, a greve decretada quinta-feira, 01, durante a assembleia de trabalhadores, começa na segunda-feira, 05, e estender-se-á, até ao dia 09 de Abril.
"Depois deste período, caso a direcção mantenha a sua postura musculada, a greve será uma constante, até a direcção resolver o problema", apelou.
"Esta greve é abrangente, é para todos, apenas vão funcionar os serviços mínimos", garante o sindicalista. Abuso de poder.... Entretanto, Ulu denuncia falcatruas do Director Miranda Bambi, na gestão do hospital.
"Desde que o hospital passou para a gestão dos angolanos, as coisas tendem a piorar; falta-nos de tudo um pouco", relata, referido-se a meios de trabalhos.
António Ulu, conta ainda que na Divina Providência, há muito abuso de poder, perpetrado pelo actual director.
"O delegado que nomeia o director, muitas vezes, interfere na gestão; não tem confiança na pessoa nomeada", revelou. "Na falta de confiança com o seu director, ele vem directamente e exonera médicos", acusou o sindicalista.
Péssimas condições de trabalho António Ulu, explica que os pacientes, na Divina Providência, estão solidários, e apoiam a classe médica, na paralisação temporária dos serviços.
"O hospital produz muito dinheiro. Para se ter uma ideia, o número de pacientes atendidos, por dia, corresponde ao dinheiro arrecado", denuncia.
Ulu termina apelando às autoridades sanitárias do país, para que olhem, com precisão, para situação do hospital Divina Providência. "A direcção do hospital não vai pagar pelos prejuízos, mas sim os pacatos cidadãos que procuram pelos serviços naquela unidade", exortou.
Vale recordar que o hospital Divina Providência é comparticipado e recebe verbas do Orçamento Geral do Estado (OGE), para além do que produz internamente.