Revisão constitucional "chama" pelo adiamento das eleições de 2022
Os assuntos previstos na revisão constitucional, cujo processo está praticamente concluído, propiciam um ambiente favorável para o adiamento das eleições que devem realizar—se em 2022.
Por: Lito Dias
No dia 22 de Junho, depois de acesos debates na especialidade, envolvendo deputados e membros do Executivo, será votado na generalidade o texto final da revisão constitucional, devendo seguir—se, noutra data, a sua promulgação pelo Presidente da República, João Lourenço.
Essa revisão, proposta por João Lourenço, fará com que muitas leis se conformem com à Constituição, e os deputados têm a agenda apertada.
Vale lembrar que os deputados entram de férias em Agosto próximo, e só voltam aos trabalhos apenas em Outubro, dois meses antes do ano terminar.
Uma das leis a ser mexida é a Lei Geral das Eleições, cuja conformação à Constituição da República de Angola (CRA) levará alguns meses. Haverá outras a serem revistas, no mesmo âmbito.
Enquanto estiver em curso o processo de conformação, nem mesmo a Comissão Nacional Eleição (CNE) deverá realizar um acto eleitoral.
Quer dizer que nem se fará o novo registo eleitoral nem a actualização do mesmo. A experiência de actos similares diz —nos que esses actos não se realizam em menos de quatro meses.
Dito doutra maneira, o processo de conformação deve estar concluído até Junho de 2022, a altura em que deve iniciar, a depender da agenda governamental, os primeiros actos eleitorais.
ESTRATÉGIA?
Alguns analistas e mesmo algumas forças políticas da oposição já começam a franzir a testa ante ao atraso que se verifica no agendamento das eleições.
A UNITA, por exemplo, através do seu líder, desconfiando com o adiamento das eleições, sugeriu que a revisão constitucional fosse feita depois das eleições de 2022.
Fazendo—a agora, a um ano e meio das eleições, a data prevista para a sua realização fica ameçada.
Alguns analistas consideram que Angola só terá as quintas eleições, quando o MPLA achar que o cenário o favorece. "O actual cenário político não favorece o partido no poder que vê todos os dias, a sua popularidade baixar à favor do seu principal adversário.