Odeth Marisa Rodrigues de Morais é uma cidadã angolana que, em 2015, celebrou um contrato-promessa com o empresário polaco naturalizado angolano, Tomasz Dowbor, da venda de uma residência do tipo T-4, no condomínio residencial Boa Vida. Apesar de ter estado a honrar com o contrato, a outra parte decidiu vender a residência a outro cliente, provocando uma confusão que nem a justiça está a travar; pelo que Odeth recorreu à direcção do MPLA e a alguns membros do Executivo.
Por: Lito Dias
Sem mãos a medir, a cidadã Odeth de Morais que se vê bastante injustiçada, escreveu para o Presidente do Partido e também da República, à Primeira-Dama da República, à Vice-presidente do MPLA, ao Primeiro Secretário do MPLA em Luanda, à Ministra de Estado para a Área Social e ao Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República e ao Serviço de Inteligência para ajudarem a resolver a contenda.
No contrato em referência, ficou acordado que a empresa construiria a residência no prazo de dois anos. Ou seja, entregaria o imóvel em 2017 e a cliente, em jeito de contrapartida, pagaria o imóvel em questão, no prazo de 04 anos, através de prestações, de acordo com o câmbio do dia.
Até aí tudo bem. Aliás, Odeth pagou a primeira prestação no valor de 07 milhões de Kwanzas, correspondentes a 60 mil 869 dólares norte-americanos.
A medida que o tempo foi passando o empresário mudou de ideias. Só que a nova ideia era maliciosa, já que Tomasz decidiu vender a moradia a um segundo cliente. Apercebendo-se disso, Odeth recorreu à polícia que, sem hesitar, se fez ao condomínio Boa Vida para apurar a verdade que viria a favorecer a queixosa.
Conversa aqui, outra acolá, soube-se que não é pela primeira vez que o empresário vende uma residência a duas pessoas. Além disso, ele é conhecido pelo seu embrutecimento que não poupa a esposa que várias vezes, foi violentada.
Mas não é só isso. Ele tem tido passagem pela polícia por cometer vários crimes. Mas para o espanto dos lesados e não só, ele é posto em liberdade como se nada tivesse acontecido.
Protegido pelo CAP?
Facto é que, depois de 2019 ter sido eleito chefe Comité de Acção do Partido (CAP) MPLA, ele se apresenta como intocável; talvez pelo facto de o Comité ter sido construído por ele dentro do seu condomínio.
Há pouco menos de uma semana, fazendo se valer da sua posição de membro do partido no poder, o empresário polaco naturalizado angolano, sem um mandado de despejo, arrogando-se por ser proprietário do condomínio, e anulando todos firmados com a sua cliente, ousou de confrontar os agentes da Polícia Nacional que estavam no local, e retirou a sua cliente dos seus aposentos quando a mesma estava despida.
Depois do desacato, testemunhas contam que Tomasz mandou o seu motorista atropelar a 2ª comandante do Kilamba Kiaxi, mas acabou detido pelos agentes da ordem, sendo o mesmo presente ao Ministério Público, que em menos de 24 horas colocou o militante do MPLA em liberdade.