Trabalhadores de empresas eritreias denunciam casos de escravatura em Cacuaco
Os trabalhadores das empresas eritreias, Tesfalem Hagos Comercial e Teklit, localizadas no mercado do sabadão, município de cacuaco, em Luanda, denunciam casos de escravatura e pedem a mão pesada do Executivo para sanar esta problemática.
Por: Kihunga Bessa
Segundo os trabalhadores das referidas empresas, que pedem anonimato para salvaguardarem os seus trabalhos, os seus patrões tratam-nos como se de escravos se tratasse. "Vivemos em condições difíceis e inimagináveis", relatam.
Apesar dessas empresas ganharem muito dinheiro em Angola, os seus responsáveis culpam o Executivo Angolano pela actual situação de crise e de baixos salários.
"Os conferentes angolanos ganham 35 000 kz, os estivadores 25 000, os fiéis de armazéns 22 000 kz, as caixeras ganham 27 000, já os motoristas ganham apenas 40 000, mas com bastante sacrifício por falta de alimentação e, ainda, são obrigados a fazer os depósitos do dinheiro da empresa”.
Nas empresas em referência, é proibido reclamar; a palavra de ordem é "cumprir".
"Entramos às sete horas, mas não temos horas para largar; para piorar a situação, trabalhamos até aos domingos e dizem que nós merecemos este tratamento, porque o nosso governo é irresponsável", denunciam.
Os motoristas também mostraram-se insatisfeitos com os constantes despedimentos, sobretudo em caso de doença.
"Quem fizer mais de três dias em casa, por doença, é imediatamente expulso, sem a possibilidade de reclamar nada", revelam.
Os trabalhadores pedem às autoridades angolanas e a quem é de direito para ajudar a resolver a situação.
O NA MIRA DO CRIME sabe também que os trabalhadores não têm direito a férias, nem contribuem para a segurança social.