A procura de sobrevivência - Viúva do coronel João Manuel Gonçalves Escórcio pede apoio ao Presidente da República
Gonçalves Escórcio, Coronel apoquentado, depois de apanhar uma um AVC em 2018, foi abandonado à sua sorte até conhecer a morte em 2020. O malogrado pertenceu ao Estado Maior do Exército, colocado na Direcção de Defesa Química do Quartel General.
Por: Matias Miguel
Sua esposa, Teresa Castame Francisco, de 54 anos de idade, 10 anos dos quais vividos em comunhão de bens, com 12 filhos, dentre os quais dois menores de idade, disse à reportagem do NA MIRA DO CRIME que carece de quase tudo, pelo que pede ajuda ao Chefe de Estado e ao Comando das Forças Armadas Angolanas, para poder sobreviver.
De acordo Teresa Castame, o seu marido foi um veterano da Pátria, tendo começado o seu percurso político no Congo, com apenas 18 anos de idade.
"Foi amigo e colega de carreira de sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República, e do General Lemos, já falecido", disse.
O Presidente da República e o malogrado João Manuel Lourenço Escórcio, meu marido, acrescentou, separaram-se na Rússia, por causa dos cursos que cada um seguiu.
"O Presidente João Lourenço fez política e o João Escórcio fez Química", esclareceu, salientando que ambos tinham boas relações de amizade.
É daí que surge a esperança de que o Chefe de Estado possa fazer qualquer coisa.
"Tenho a certeza que se o recado chegar à sua Excelência, ele há-de se compadecer com o meu sofrimento", atirou.
Ao Estado Maior General do Exército pediu para que se compadeça também com a família do seu ex-companheiro de trincheira.
Em vida, o malogrado endereçou "variadíssimas" cartas ao Presidente da República, João Lourenço, mas "infelizmente não foram respondidas".
"Acredito que as cartas não chegavam à sua Excelência nem ao seu Gabinete, ele pedia ajuda para deslocar-se ao exterior para tratar-se", revelou.
A viúva de João Manuel Gonçalves Escórcio disse que o marido ficou 28 anos com a patente de Coronel sem que fosse promovido, situação que o roía e, provavelmente, terá contribuído para a sua morte.
Lembrou que enquanto doente, nem o Estado Maior do Exército, como estrutura nem os seus superiores o apoiavam, senão o salário de que tinha direito.
ISS/FAA trabalha a passo de camaleão: Depois de falecer, a família recebeu apenas um salário.
"Recorremos ao Instituto de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas (ISS/FAA) e demos entrada da documentação solicitada, em Abril de 2021, mas felizmente fomos atendidas com a pensão de sangue, e aguardamos pela pensão de sobrevivência de viúva e dos menores de 10 e 17 anos. Passados 08 meses nada foi feito", assegurou.
"Temos encontrado muitos empecilhos na Caixa Social, onde a palavra de ordem é só esperar, esperar, alegando que a documentação repousa no Ministério das Finanças", lembrou.
"Sou uma sofredora comprovada; não tenho casa própria, vivo em casa de familiares, nem emprego tenho. Vivíamos do salário do marido e pai, hoje, vi-me obrigada a distribuir as crianças; a alguns familiares por falta de rendimentos", expôs.