Faltam preservativos e Anti-retrovirais: Mais de 160 mil pessoas estão infectadas com VIH em Luanda
Apesar dos esforços da Sociedade Civil e do Executivo, existe uma redução acentuada das actividades de moralização da luta contra o VIH, acrescida com a falta de fundos, o que favorece a exposição de pessoas à doença, como consequência, continua o aumento de mortes pela SIDA.
Por: Carla Nayara
O alerta é de António Coelho, presidente da ANASO. De acordo com o responsável que falava aos microfones da TPA, os dados de 2020 apontam mais de 22 mil infecções por ano e cerca de 16 mil mortes causadas pelo vírus, a capital do país, Luanda, tem uma taxa de prevalência de 2 por cento, que pressupõe dizer que em Luanda existe cerca 162 mil pessoas vivendo com o VIH.
“As determinantes que contribuem para disseminação da doença são 3 factores fundamentais e conhecidos como é o caso da extrema pobreza, a mobilidade populacional e o início precoce da actividades sexual”, observou, acrescentando que, “isso quer dizer que, combater a SIDA, a Malária e a Tuberculose estaríamos consequentemente a combater a pobreza”, disse.
“Do ponto de vista da prevenção, estamos com uma grande dificuldade e escassez de insumos, estamos a falar de preservativos masculinos, pois os femininos vulgos Femidom, há muito que deixaram de aparecer na nossa praça, há uma rotura a nível do país, relativamente a preservativos masculinos”. Porém, avançou que há um esforço que está a ser feitos pelas autoridades centrais, numa negociação com o Fundo Global Internacional, que opera neste momento nas províncias de Benguela e Cuanza Sul, para se disponibilizar, nos próximos tempos, preservativos para acudir esta situação em Luanda e em todo país.
“Seguramente não resolverá o problema, mais vai atenuar as dificuldades no acesso”.
Anti-Retrovirais
Questionado sobre o acesso aos medicamentos por parte dos doentes, Coelho respondeu que o
País não tem rotura, “mais tem limitações derivadas da fraca disponibilidade nesta altura do campeonato” atirou.
Questionado se há ou não disponibilidade de anti-retrovirais? Explicou que há alguns anos, os pacientes iam ao hospital para ter os medicamentos de 6 em 6 meses, depois passou a ser de 3 em 3 meses e depois 2 em 2.
“Chegamos ao ponto que agora vão de 20 em vinte dias, os pacientes vão solicitar os medicamentos nas unidades sanitárias, exactamente pelas limitações destas unidades, na distribuição dos insumos”. O presidente da Anaso alertou que se não forem tomadas as medidas necessárias, “teremos uma crise de falta de anti-retrovirais no país”.