48 Horas depois: Mais de 4 mil pessoas fizeram a travessia em zona de risco onde cinco pessoas foram ‘esmagadas’ por um camião
A falta de pedonais em alguns locais dos municípios de Luanda leva peões a arriscarem a vida, fazendo travessias inseguras e, por este facto, exigem a construção de mais "pontes aéreas".
Por: Kihunga Bessa
48 horas depois do trágico acidente que vitimou 05 pessoas na terça-feira, 06, na Avenida Deolinda Rodrigues, também conhecida como estrada de Catete, no município de Viana, o NA MIRA DO CRIME rumou até ao local e outros pontos da capital, onde flagrou vários peões a arriscarem a própria vida.
Durante um período de duas horas em que a nossa equipa de reportagem se encontrava na paragem do AngoMart, justamente no local onde cinco pessoas foram ‘esmagadas’ por um camião, calculamos a travessia de cerca 228 pessoas, numa zona de risco.
Calculando 16 horas que é o tempo estimado em que é feita a travessia naquele local, cerca de 4528 ‘abandonam’ a pedonal amarela que está a escassos metros daquele local e arriscam a travessia naquele ponto sem o mínimo de segurança.
Alberto Simão, de 45 anos de idade, que também usa a travessia de um lado para outro, atira a culpa aos dirigentes de Viana, por transferirem paragens sem ter em conta a perigosidade de cada ponto.
"Quando a paragem de táxi estava no Candando, as pessoas atravessavam pela pedonal amarela, porque facilitava, mas desde que mudaram a paragem ninguém aceita por causa da distância", explicou, realçando a construção de pedonais em cada ponto de paragem.
Quem também não se calou diante da nossa reportagem é Engrácia Paulo, outra utente, que lamentou a situação do acidente e acusa automobilistas de conduzirem sem prudência, principalmente camionistas, uma vez que há um tempo eram proibidos de circular no período diurno.
"Os motoristas não respeitam as pessoas quando estão a atravessar e a polícia também fica mas atrapalhada com os motoristas, de quem recebem gasosa, em vez de ajudar", disse.
Já em outros pontos como Robaldina e BCA, calculava-se uma média de 160 pessoas, em duas horas, o que corresponde um total de 2704 pessoas que atravessam em 16 horas.
Já no município de Cacuaco, mais precisamente no desvio da Cimangola, é apontado como o local mais crítico, onde também o NA MIRA DO CRIME esteve durante duas horas e foi possível ver mais de 30 pessoas em cada 15 minutos, a atravessar numa zona de risco.
Vale lembrar que já passam mais de 6 meses desde a remoção da pedonal na BCA e até agora o local continua perigoso para travessias.