Pacientes denunciam mau atendimento no Hospital Américo Boavida
Alguns pacientes, no Hospital Américo Boavida, denunciaram a este jornal o mau atendimento a que são submetidos pelos funcionários daquela unidade hospitalar, desde o pessoal técnico aos guardas.
Por: Júlia Matias
A demora no atendimento faz com que os pacientes acabem por regressar às suas casas sem receber assistência médica.
Alguns deles aguardam por uma consulta há mais de um mês; outros, ainda, comentaram sobre o comportamento arrogante dos seguranças locais.
Segundo eles, a protecção física não só os desrespeita, como também os submete a um tratamento que não se recomenda a um paciente.
Dona Ana, de 54 anos de idade, apresentava sintomas de gripe, dor de cabeça, febre, fraqueza, e a encontramos há mais de 5 horas no banco de urgência à espera de ser atendida.
Ela diz que se sente indignada com a forma de tratamento, sobretudo quando vê que as enfermeiras só atendem quando o paciente "faz confusão, grita e chinga, o que é desgastante".
O atendimento, dizem os pacientes, chega a ser horrível e péssimo. "Cada acto praticado ao doente tem um pouco de desumanidade", disse, acusando os enfermeiros de atenderem primeiro os seus familiares e, depois, o resto do pessoal.
A outra senhora ouvida pela nossa reportagem disse que se vê muitas pessoas a gemerem de dor, enquanto as enfermeiras estão às gargalhadas. "Não conseguem honrar, pelo menos, a bata branca", lamentou.
Há muito que o atendimento nesse hospital tem sido motivo de reclamações.
Os utentes mostram-se descontentes com o serviço que são prestados dia após dia.
Carlos Eduardo, de 34 anos, paciente em fila de espera, diz que, na verdade, o Governo deve criar políticas consentâneas para mudar o estado de funcionamento dos hospitais em todo o país, com realce para os de maior referência na Capital.
A ideia é começar pela concencialização dos recursos humanos, sendo estes os mais determinantes para a disciplina no funcionamento, já que, em seu entender, o fluxo de doentes nos hospitais é sinónimo também da deficiência no investimento ou aplicabilidade do sistema de prevenção no âmbito da saúde pública.
Para ele, é a altura para uma intervenção das autoridades, para se evitar episódios tristes para quem procura a saúde.