Burlado nas redes sociais - Cidadão de 62 anos suicida-se após contrair dívida de 400 mil Kwanzas
Rodrigues João, de 62 anos de idade, colocou um ponto final na sua vida, por enforcamento, na quinta-feira, 30 de Março, por não conseguir devolver o dinheiro que havia pedido emprestado, depois de ser usado num negócio promovido por um burlador que conheceu nas redes sociais.
Por: Kiamukula Kanuna
O suicídio ocorreu no interior da sua residência, localizada no Zango III-B, depois de descobrir que a pessoa com quem interagia apenas por telefone, o mesmo a quem transferiu 400 mil kwanzas, era burlador.
Armando Mananga (líder da gangue) é conhecido como um especialista em golpes de género, no município de Viana.
Ana Bela (viúva) em entrevista exclusiva a este jornal, contou que, no Domingo, 26, o malogrado falava ao telefone com um tal Rodrigo, que disse residir na cidade do Huambo, e que foi seu antigo inquilino aqui em Luanda".
"Falavam em tratar Alvará Comercial, e pareceu-me que Rodrigo é que tinha alguém interessado em adquirir um Álvara Comercial e passou as orientações e garantias ao malogrado", presumiu, acreditando que, nesse enredo, foi persuadido a fazer empréstimos para que o negócio não falhasse.
A partir desse telefonema, ficou entusiasmado a procura de dinheiro.
Ausentou-se de casa e não tardou, regressou com 40 mil que teriam sido emprestados pela sobrinha.
Exigências atrás de outras, o malogrado foi orientado para comprar 51 cartões de saldo e enviá-los.
Já na segunda-feira, 27, a outra parte, a tal que só exigia, colocou outra preocupação de mais 100 mil Kwanzas e depositou-os no Banco Millennium Atlântico, na conta número 29555979610001, em nome de Armando Mananga.
A esposa disse que o marido não revelava, de concreto, o negócio em que estava metido, mas fazia acreditar que seria lucrativo e dele retiraria os valores investidos e poderia ressarcir com lucros as pessoas que emprestavam o referido dinheiro.
"Na terça-feira, notei a preocupação e o desespero, apercebi-me que ele ligava e já não havia retorno do outro lado. Estes três dias seguidos foram muito preocupantes, até acontecer o suicídio", disse a esposa.
O filho que esteve em casa no momento do suicídio, conta que o pai acordou bem aparentemente, mas às 7 horas, sentou-se à mesa com os papéis, fazendo contas do negócio dele e, depois, dirigiu-se ao quarto.
"Ao notarmos a demora, empurramos a porta e vimos que estava pendurado no teto já morto", informou. E disse mais: "Eu sabia que o pai estava a fazer um negócio com malianos, senegaleses e congoleses democráticos, em que ele teria de investir o dinheiro para o suposto amigo obter o Alvará Comercial que, depois, lhe recompensaria com valores a dobrar, em que onde investiu 350 mil kwanzas, receberia 680 mil".
Disse ainda que durante esses dias, o pai foi advertido para ter cuidado, porque poderia ser uma burla, mas ele estava tão empolgado que não acatou as advertências.
"Caiu na real apenas quando os burladores deixaram de atender-lhe o telefone", salientou, acrescentando que sobre a mesa foram encontrados papéis com anotações e os terminais telefónicos das pessoas com quem interagia: Chaca -930189711; Massala -942772589; Director- 929637071; Malhado -943732328.