Disputa de terreno entre Comissário-chefe José de Oliveira Santos e o filho quase termina em morte
José de Oliveira Santos, Comissário-Chefe (na reforma) antigo director da Logística da Polícia Nacional, quase perdeu a vida, no sábado, 27, às 09 horas, quando se dirigiu para o terreno de que é proprietário, localizado no Bairro Maculusso, onde a fúria do filho, sobrepôs aos laços sanguíneos.
Por: Kiamukula Kanuma
Amarildo Oliveira, mais conhecido por Lili, (filho do oficial), empunhou uma arma de fogo do tipo AKM, apontou ao pai, mas Pita, o segurança de serviço no local, colocou-se à frente, impedindo que Oliveira Santos constasse a partir daquele dia das estatísticas dos falecidos.
O Largo da Luanda Antena Comercial (LAC), nesse dia, tornou-se palco de uma disputa entre o Comissário-Chefe Oliveira Santos, o seu filho e o neto, de 23 anos, devido a um espaço que o Comissário tem como sua propriedade, e que pretende dar um destino contrário ao do filho que, também, ambiciona o espaço.
De acordo com a fonte que domina o assunto, “o Comissário-Chefe Oliveira Santos pretende vender o espaço, mas o filho Lili, tendo se apercebido das negociatas, dirigiu-se ao espaço e colocou um cadeado no portão, vetando a entrada do pai”.
Reconhecendo a impotência de um cadeado, ante o interesse maior do pai, Amarildo reforçou-se com uma AKM e uma pistola, e aguardou pela chegada do pai.
“Não tardou, este veio acompanhado de escoltas, o motorista e o advogado”, contou a fonte.
Furioso, Amarildo ordenou ao pai para retirar-se imediatamente sob pena de perder a vida, tendo naquele instante manipulado a arma, dando a entender que não estava para brincadeiras.
Mas Pita, o guarda, colou-se na frente do seu protegido, evitando o pior.
Polícia é esbofeteado pelo neto do Comissário
Segundo testemunhas, Oliveira Santos solicitou ajuda da Polícia da Unidade Operativa, que enviou para o local dois carros-patrulha, com mais de 20 homens para levar Amarildo Lili, mas este, apesar de resistir, cedeu e colocaram-no na viatura, onde ficou por pouco tempo.
Aproveitando-se da distracção dos efectivos da polícia, Amarildo saltou da viatura e regressou para o terreno, desta vez, mais furioso.
Sacou a pistola que trazia na cintura e manipulou-a. O pessoal da escolta conseguiu fugir com o Comissário Oliveira Santos, socorrendo-se da viatura do seu Advogado.
O neto do Comissário aparece em defesa do seu pai, o Amarildo.
À luz do sol e na presença de muita gente, esbofeteou o motorista do Comissário-Chefe (seu avô), que também é polícia.
"Apesar de estar fardado, o motorista foi humilhado ao ponto de pedir desculpas ao jovem de 23 anos que o agrediu", descreve a nossa fonte, que considerou o ambiente repugnante, "porque havia oficiais da polícia a assistirem, mas nada fizeram".
Contou que o comandante Bazuca assistia a novela. "Mas passou um terceiro Comandante desconhecido que contestou "as faltas de respeito da dupla".
Este, sim, mandou prender Amarildo e o seu filho e encaminhou-os para a terceira Esquadra na Vila a Alice.
Gabinete Jurídico do CPL manda soltar às 23 horas
A nossa fonte refere que nas buscas efectuadas na residência de Amarildo, foi encontrada mais uma AKM, já apreendida pela polícia do Departamento de Ilícitos Penais (DIIP).
Às 23 horas, o oficial do DIIP recebeu orientações superiores, por telefone vindas do Gabinete Jurídico do Comando Provincial de Luanda, na voz do senhor Moco para soltar os detidos.
Este jornal sabe que Amarildo Oliveira Lili, escalou outra vez a residência do Comissário-Chefe para terminar 'o serviço', na madrugada e na tarde de domingo, tendo os seguranças efectuado vários disparos de arma de fogo para afugentar Amarildo.
Duas viaturas-patrulha foram colocadas na porta da casa do Oficial, em Viana, próximo ao Centro de Reabilitação.
O Comissário-Chefe Oliveira Santos, aborrecido com Moco, por ter solto a sua fera e o neto, mesmo apresentando-se perigosos, accionou outros mecanismos para se manter distante do filho que se tornou algoz.
Sabe-se que Lili e Moco são sócios no negócios de venda de armas para as empresas de segurança, daí a protecção. Aliás, a licença de compra de armas já lhe foi entregue e as armas já foram compradas na Turquia; pelo que mais dias menos dias as armas chegam ao país para a sua comercialização.
Toda a engenharia deste negócio é atribuída a Moco.