O desemprego que asfixia o país e o sector agrícola como salvação
A população continua a clamar pelos níveis inconcebíveis de desemprego atingidos em Angola. Sendo um país rico, com enormes potencialidades e que precisa de se desenvolver, não se compreende a razão para que os índices de desemprego cresçam a cada dia e os de emprego continuem a baixar drasticamente.
Por: Na Mira do Crime
As grandes cidades e demais centros urbanos têm recebido, nos últimos anos, um grande número de pessoas que abandonam as suas áreas de origem, fugindo da miséria e da falta de oportunidades para garantir a sobrevivência das famílias.
Mesmo nas zonas agrícolas o êxodo é assustador. Muitos camponeses, face ao abandono a que têm sido votadas as zonas rurais, que pouca ou nenhuma atenção recebem das administrações do Estado, mesmo naquelas mais próximas dos centros urbanos, em que as vias de acesso, pelo mau estado em que se encontram, não permitem a movimentação de pessoas e bens, em que os produtos agrícolas, depois de árduo trabalho, apodrecem por falta de escoamento e/ou de compradores que os levem para os mercados, entre outras insuficiências, recorrem às cidades na esperança de encontrar o que não têm nas suas localidades para dar melhores condições de vida às suas famílias.
Contudo, nesses centros urbanos a situação torna-se pior. Além de engrossar o número de habitantes, aumentam também o número de desempregados, passam a viver em condições miseráveis, com fome e falta de tudo.
Diante disso, vai-se assistindo ao aumento desenfreado da delinquência, principalmente juvenil, da prostituição descontrolada que está a levar meninas de tenra idade por causa das múltiplas carências em que vivem com as suas famílias.
Dados recentes indicam que mais de 70 por cento dos angolanos estão desempregados, dos quais, cerca de 45 por cento são jovens.
Especialistas consideram que o Executivo deve criar incentivos no interior para desafogar os grandes centros urbanos.
Com políticas certas, sérias, bem delineadas e com o devido apoio, a maioria dos jovens e famílias que estão a sofrer nas cidades, vão recorrer ao campo para trabalhar e dar o seu melhor, a agricultura vai resplandecer, vai ajudar a solucionar o problema do desemprego, sobretudo juvenil.
O sector agrícola do país há muito que deveria ter beneficiado da atenção que precisa para impulsionar outros factores de desenvolvimento, o empreendedorismo, a indústria, o comércio e outras áreas económicas.
Desta forma a agricultura vai absorver a maioria dos desempregados, vai desafogar os grandes centros urbanos, vai melhorar a vida nas cidades e novas e melhores oportunidades de emprego, tanto no sector público como no privado, surgirão.
O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, tem defendido que deve-se criar emprego na agricultura, na construção civil e no sector das confecções.
Referindo que “somos um bocado lentos a tomar decisões”, José Severino descreveu que a AIA demonstrou na prática como o Executivo deve proceder para recuperar postos de emprego.
Com a taxa de desemprego num nível bastante alto, mais de 70%, o fenómeno agrava-se com destaque para a camada jovem.
Actualmente, a maioria dos cidadãos vivem do sector informal e de biscates.
O trabalho informal tem sido o “salva-vidas” da maioria das famílias no país, principalmente nas grandes cidades, situação igualmente preocupante.
Especialistas consideram que são várias as razões apontadas para os níveis preocupantes de emprego informal no país, que vão desde o crescimento da população a uma média de 3,1% anual, em oposição ao crescimento da economia angolana, criando assim pobreza e desemprego ano após ano.
Para tal, é preciso dinamizar o crédito para estimular as empresas, para criar negócios e emprego formal.