Coreia encerra embaixada em Angola sem justificação
A Coreia do Norte encerrou nesta quinta-feira, 26, em Luanda, a sua Embaixada em Angola, mas não avançou as causas. Especialistas deduzem que resulta de um redimensionamento da sua presença no continente, apontando a crise económica com um dos factores.
Por: Mbengui Pedro
O estabelecimento de uma Embaixada, atende a certos objectivos no quadro das relações bilaterais entre os Estados, não sendo satisfeitas, julga-se normal o encerramento, no entanto, sem minar as relações, sobretudo por não haver qualquer facto que se considere de irritante entre as partes, defende Osvaldo Mboco especialista em relações internacionais e analista político.
"Não há nada do ponto de vista prático que possa contribuir para o encerramento da Embaixada", observa, sublinhado ser um processo normal, sobretudo quando os objectivos da sua instalação não estejam a ser concretizados.
Mboco recua no tempo e, lembra apenas a participação dos coreanos na construção do Mausoléu onde repousam os restos mortais dos ex-presidentes Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos, o que para ele, é insignificante, olhando para a magnitude do país asiático.
O analista político, descarta qualquer relação com a crise que envolve a Rússia e a Ucrânia, bem como o ataque do Hamas à Israel, apesar de haver informações que dão conta da Coreia ter fornecido armamento ao Hamas.
"Acredito mais no redimensionamento da sua missão em África, devido a conjuntura económica", ampara, referindo que o importante é as relações bilaterais manterem entre os Estados, lembrando que em 2020, por exemplo, Angola chegou a fechar a sua Embaixada no Canadá, mas depois voltou a reabri-la.
Outro especialista que preferiu o anonimato comunga da mesma opinião, sublinhado que as relações bilaterais são baseadas no princípio do custo benefício, logo não há no país registos relevantes sobretudo nas trocas comerciais, financiamentos em obras ou ainda em tecnologia.
"Vamos depender de uma representação regional, como a África do Sul, onde por exemplo, o Canadá também tem a sua Embaixada que atende os casos de Angola”.