Cacuaco – Supostos agentes do SIC acusados de roubar motorizada num parque de estacionamento e ‘arrastar’ o proprietário até ao Cazenga
Quatro elementos trajados com coletes do Serviço de Investigação Criminal (SIC), estão a ser acusados de terem assaltado uma motorizada de marca Ling Keny, num parque de estacionamento privado, localizado no bairro da Boa Esperança Central, município de Cacuaco, tendo, de seguida, levado o proprietário até ao município do Cazenga de olhos vendados
Por: Kihunga Bessa
O facto ocorreu por volta da uma hora de madrugada do dia 08 de Outubro do ano em curso, quando quatro elementos encapuzados, empunhando armas de fogo e trajados com coletes do SIC, fazendo-se transportar de uma viatura de marca Toyota modelo Land Cruiser, subtraíram o meio daquele parque.
Soares Abreu Camela, de 25 anos de idade, é natural do Cubal, província de Benguela, onde esteve a trabalhar como raboteiro por muito tempo para juntar valores monetários com a finalidade de conseguir uma motorizada para o seu ganha-pão.
Com apenas cinco meses em Luanda, na procura das melhores condições de vida, a vítima escalou a capital do país.
Posto em Luanda, o jovem decidiu comprar aquilo que tanto almejou: uma motorizada de marca Ling keny.
Na Terça-feira, 08 de Outubro do corrente ano, cinco dias depois da compra, foi surpreendido pelos supostos efectivos do SIC no interior da sua residência para que mostrasse o meio.
Em declarações ao NA MIRA DO CRIME, a vítima conta que naquele dia, os supostos efectivos do SIC fizeram-se ao interior da sua residência e sobre ameaças de morte com arma de fogo, subtraíram vários bens como 2 telemóveis, bluetooth, mochila e outros, e posteriormente, foi vendado os olhos até ao Parque para que mostrasse o seu meio.
"Depois de eu mostrar a motorizada voltaram a me amarrar o rosto e me atiraram no carro como se de um gatuno tratasse, e levaram-me até à esquadra do Hoji-ya-Henda, onde me deixaram com efectivo de reação armada que se encontrava de serviço", realçou com lágrimas nos olhos.
A sua liberdade só se efectivou por volta das 7 horas, quando o mesmo reclamava sobre o roubo da sua motorizada e seus bens protagonizado pelos mesmos.
"O colega deles percebeu da jogada e libertou-me", disse. No mesmo dia, conta, dirigiu-se ao comando municipal de Cacuaco para abrir uma participação sobre a ocorrência, e foi dirigido para à esquadra da Combuessa, localizado no bairro em que o mesmo vive.
A vítima disse que se dirigiu até à referida esquadra, mas foi "abandalhado" sem lhe prestarem atenção.
Logo, procurou um vizinho identificado por "Retirada" que alegava ser agente do SIC, para que o ajudasse, e este cobrou-lhe 40 mil Kwanzas para trazer de volta a motorizada, mas já lá se passa um mês e tudo que recebe do mesmo são promessas, e tudo indica que não tem abordado os seus colegas do SIC afectos à esquadra do mercado do Kicolo.
Segundo Soares, três dias depois da acção, reconheceu a sua mochila que se encontrava com um suposto agente do SIC da esquadra do mercado do Kicolo, vulgo, Casa Branca.
Acrescentou ainda que tentou seguí-lo, mas este sacou uma arma de fogo de tipo pistola que deixou sem jeito de continuar.
Há dias, reconheceu a sua motorizada já a ser comercializada.
Sem mãos a medir, accionou os efectivos do SIC afectos da esquadra da Combuessa, que prenderam o comprador e o vendedor, mas minutos depois, foram postos em liberdade após um telefonema efectuado pelo vendedor, abandonando a motorizada na referida esquadra.
O NA MIRA DO CRIME, rumou até ao local do crime e, numa conversa com o segurança que não foi identificado a seu pedido, confirmou que foram agentes do SIC que praticaram a acção.
Na manhã desta segunda-feira, 20, a equipa de reportagem deste jornal deslocou-se até a Esquadra do Hoji-ya-Henda, onde ouviu o comandante Isaías J.B. Muteca.
Ele informou que logo pela manhã do dia 8, tomou conhecimento da ocorrência, por intermédio do um agente da reação armada, Nelito.
"Logo que fui informado, dirigi-me até ao armazém, junto da esquadra, onde os mesmos deixaram a viatura no sentido de ver pudesse identificar a matrícula, mas não foi possível", disse aquele responsável.
Este jornal sabe que esta é a terceira vez que aquele parque é assaltado e que há um segurança que está a cumprir cadeia inocentemente, por causa dos roubos.