No Zango: “Vala da morte” soma mais uma vítima
Menino de 11 anos de idade, em companhia de colegas de escola, resolvem fazer mergulhos na dita “vala da morte”, inundada de água da chuva e transforma-se em mais uma vítima do “monstro” a céu aberto.
Por: Kiamukula Kanuma
A “vala da morte” como ficou conhecida, fez mais uma vítima na sexta-feira (08), às 16 horas. O infeliz atendia pelo nome de Fernando Cabaça Jorge, de 11 anos de idade, estudante da quarta classe, que na companhia dos colegas de escola entenderam fazer mergulhos na vala a transbordar de água das últimas exurradas, incluindo a que caiu naquele mesmo dia no município de Viana, ao Zango III – A.
Cabaça Jorge, pai do malogrado, disse ao Na Mira do Crime que “o menino vinha da escola na companhia dos colegas e entenderam fazer mergulhos na vala acabando por afogar-se, porque os outros, inexperientes que são não conseguiram salvá-lo”, lamentou.
“Ele (malogrado) vivia com a mãe aqui no Zango II-B, infelizmente acabo de perder o rapaz em tenra idade, tudo porque o Governo entende manter estas valas a céu aberto; muito já se falou destas valas que somam e seguem no que à morte de cidadãos diz respeito; podia-se evitar este tipo de mortes se dessem outro tratamento a estas valas”, apelou.
Zango a “terra prometida”?!
Oficialmente designado por distrito urfbano do Zango, tem ganho nos últimos tempos várias designações tais como “Terra Prometida”, “Segundo Inferno do Dondo”, tudo porque em época de calor o sol é abrasador e quando chove, as enxurradas são atemorizantes.
Junta-se a tudo isso o caos dos acessos às comunidades, que dificulta sobremaneira a circulação dos transportes de passageiros, tanto públicos como privados e torna-os mais caros, com os taxistas a encurtar as rotas e, para se ter uma ideia, do Zango IV para a Vila de Viana, o cidadão tem que desembolsar Kz 350.00. Na mesma rota para o regresso paga-se entre 450 e 550 kwanzas, além de muitos empurrões para conseguir um lugar.