Em Viana – Mais de 64 famílias residem num edifício na zona 10 que pode desabar a qualquer momento
Um edifício localizado na zona 10, nos arredores da Delegação Municipal da Saúde de Viana, está prestes a desabar devido ao mau estado em que se encontra. Esta situação está a deixar preocupados os moradores que clamam por socorro das autoridades.
Por: Cambundo Caholua
De acordo com moradores, a situação já perdura algum tempo, sendo que o mesmo edifício já havia mexido cerca de três vezes, o que fez com que os seus ocupantes, na altura, abandonassem de emergência a estrutura até que o cenário voltasse ao normal.
Cerca de 64 famílias vivem no edifício há mais de 30 anos em condições desumanas. Em 1992, foram forçadas a abandonar as suas terras por causa da guerra fratricida que assolou o país e escolheram Luanda como destino, mas por falta de alojamento, ocuparam o edifício em referência.
A estrutura de um andar é do tempo colonial e apresenta muitas fissuras logo à entrada. A retirada daqueles moradores para um outro local mais seguro é tido por eles como urgente para que não aconteça uma tragédia.
Alegam que a Administração Municipal de Viana, na pessoa do seu titular, Demétrio António Brás de Sepúlveda, tem o domínio do assunto, mas só tem feito promessas de que o problema será resolvido, mas, na prática, nada se nota.
Na mesma zona, para além dos moradores do edifício que ameaça desabar, há ainda outros que vivem em casas de chapa, a partir das quais também clamam por socorro, e aguardam há vários anos por residências que foram prometidas pelo Executivo.
Dizem que, com as chuvas, o cenário é ainda mais preocupante, havendo necessidade de pôr fim a este estágio de suspense.
"E nós, aqui nas casas de chapa, como os nossos irmãos no edifício, estamos todos a sofrer", lamentou Domingos César, coordenador da zona, que pede que o Executivo não espere que o pior aconteça.
De realçar que naquela zona vivem no total cerca de 304 famílias, sendo 64 famílias no edifício, ao passo que as restantes residem nas casas de chapas.