Recolha de assinaturas em marcha - José Pedro Kachiungo faz aquecimento para formalizar o seu partido político
Contra todas as previsões, atendendo o facto de ter abandonado a UNITA depois de perder a corrida à sua liderança, o político José Pedro Kachiungo prepara-se para voltar à vida política activa. Até aí, tudo bem, mas o que pode constituir surpresa é voltar à testa de um partido político.
Por: Mara Márcia
Segundo uma fonte a que o Na Mira do Crime teve acesso, o também docente universitário, durante o mês de Novembro, desenvolveu intensa actividade desde recolha de assinaturas em alguns municípios do Huambo e Bié.
Acrescentou que, até ao momento, o processo tem encontrado poucos entraves, porque os jovens nele envolvido recebem entre 10 e 20 mil Kwanzas para convencerem os outros a cederem os documentos de identificação.
Espera-se que esse processo venha se estender para outras províncias, evidentemente, porque, depois de abandonar a política activa em 2019, quando ocupou a quinta posição na corrida à liderança da UNITA obtendo apenas 10 votos, pretende, agora, voltar em grande na alta política.
A erradicação de JPK da UNITA não foi formalizada, mas a nossa fonte lembra que a relação deste com o actual líder do partido remonta a década 90 quando ambos andaram em Portugal.
Já em Luanda "a inimizade entre eles não se evidenciava, embora se tratassem sempre por tu".
Depois de perder a eleição à liderança da UNITA, primeiro, frente a Isaías Samakuva e, em 2019, diante de Adalberto Costa Júnior, Raul Danda, Kamalata Numa e Alcides Sakala, JPK tinha de tomar outro rumo, pois dentro do partido a sua imagem já estava completamente desgastada, diz a nossa fonte.
Nos últimos anos, ele tem se dedicado à vida privada no planalto central, num "projecto agrícola", abdicando da docência e da política partidária.
Mas tem tido algumas aparições públicas ao lado de figuras ligadas ao partido no poder. A se confirmar, será o terceiro político que se desfaz do maior partido na oposição, nos últimos anos, e imediatamente funda o seu partido, depois de Bela Malaquias e Dinho Chingunji.
A questão da legalização de projectos políticos junto do Tribunal Constitucional tem sido posta em causa, já que muitos se queixam da morosidade e dos critérios usados.