Munícipes de Talatona queixam-se da falta de medicamentos no Centro de Saúde do Chimbicato
Os utentes que procuram os serviços hospitalares no centro de saúde do Chimbicato, no Camama 1, município de Talatona, província de Luanda, mostram-se descontentes com a falta de rigor e medicamentos essenciais na farmácia da referida unidade sanitária.
Por: Alfredo dos Santos Talamaku
Na passada terça-feira,16 de Janeiro, a nossa reportagem ouviu vários munícipes, que disseram estarem a ser obrigados a chegar às primeiras horas da manhã para preencher a lista de ordem de chegada, o que não tem sido fácil, uma vez que, disse o senhor Rui, morador da rua do Prelex, a prioridade dos técnicos tem sido as pessoas da sua intimidade. "Já estive cá ontem com a minha sobrinha doente, e chegamos às 06 horas da manhã. Depois de ser atendido, fui ao laboratório de análises clínicas e, até por volta das 16 horas, ainda não tínhamos os resultados das análises em mão, tivemos que ir embora e procurar um posto de saúde no bairro", contou.
Além da demora na entrega do resultado das análises laboratoriais, os pacientes queixam-se também da falta de médicos. Queixam-se também do facto os enfermeiros priorizarem os seus amigos.
"Eles dizem que têm poucos médicos e técnicos de laboratório, e ainda fazem muito tempo no refeitório quando vão ao almoço. De regresso, facilitam o atendimento de familiares e conhecidos seus" disse uma jovem, acrescentando que a revolta de pessoas contra os técnicos do hospital é uma constante, "devido ao mau atendimento".
O centro de saúde tem uma farmácia, que não tem medicamentos essências para os casos mais frequentes, como o paludismo, febre tifóide e doenças respiratórias, levando os pacientes a recorrem às farmácias privadas.
"O único medicamento que aqui oferecem é o paracetamol, nunca têm medicamentos de paludismo, até mesmo de tosse", questionou, manifestando o seu desconhecimento sobre o destino que se dá aos medicamentos que a unidade hospitalar recebe.
O saneamento básico constitui um outro factor de descontentamento no seio de quem procura pelos serviços de saúde no centro médico do Chimbicato. Diz-se que não há utensílios apropriados para o depósito do lixo, as pessoas são obrigadas a conviver com as moscas. "O centro, por acaso, é limpo por dentro, mas tinha que ter baldes para colocar o lixo que as pessoas produzem enquanto estiverem aqui", reconheceu.
"Hoje, o trabalho está mais fluído, o meu tio teve uma recaída e tivemos que correr aqui, passou na triagem e já está a ser atendido pelo médico, mas esta dinâmica é porque ouvimos a dizer que terão ouvido falar que os governantes devem realizar visitas-surpresa aos hospitais", referiu.
Em resposta as declarações dos utentes, Cláudio Silva, director administrativo do referido centro de saúde, avançou que a falta de fluidez no atendimento prende-se com o facto da unidade hospitalar receber uma demanda acima do normal.
"Estamos perante um centro materno-infantil, mas recebemos também adultos, não é que tenhamos um mau atendimento, até que, disse, temos oferecido todo o nosso cabedal no sentido de atender todos, mas as circunstâncias médico- hospitalares não ajudam, porque temos poucos médicos especializados e contamos apenas com dois microscópios para atender um elevado número de quem procura os nossos serviços", justificou.