ENDE decreta greve em todo país
Desde as sete horas desta terça-feira, 09, que os funcionários da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), decidiram paralisar os seus serviços para exigir melhores condições de trabalho, que vêm sendo exigidas desde 2016, quando muitos deles ainda pertenciam às extintas Empresa Nacional de Electricidade (ENE) e à Empresa de Distribuição de Electricidade de Luanda (EDEL).
Por: Lito Dias
Segundo o responsável pela comissão sindical, Euclides Costa, considera que há pouca vontade para resolver as exigências, porque até em Agosto do ano passado, quando o Sindicato dos trabalhadores decretou a greve de 30 dias ficou a promessa de, até Maio do ano em curso, a direcção da ENDE resolver os pontos constantes do caderno reivindicativo.
"A empresa alega a falta de dinheiro, mas isso não é verdade, porque a ENDE tem dinheiro e pode fazer muito mais dinheiro", alegou revelando que só, na Maianga e Ingombotas, a empresa arrecada entre 300 e 400 milhões de Kwanzas. "Nós queremos que a ENDE assuma todos os activos e passivos da ENE e EDEL", enfatizou.
O sindicalista assegurou que a greve vai continuar e todas as províncias estão mobilizadas a aderir.
ENDE DIZ NÃO TER DINHEIRO
No entanto, o Presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), Hélder de Jesus Adão, fez saber em conferência de imprensa realizada na manhã desta segunda feira, que a instituição não reúne condições financeiras para se proceder a um aumento salarial na ordem dos 100 por cento, conforme exigências da comissão sindical”.
O responsável disse ainda que as partes já achegaram a acordo em 14 pontos constantes do Caderno Reivindicativo que os funcionários da ENDE remeteram à direcção, disse que as partes já chegaram a acordo em 14 dos pontos apresentados pelos funcionários, restando o 15, sendo que o mais fracturante prende-se com o aumento salarial na ordem de 100 porcento.
Dos pontos consensuais destacam-se os subsídios de alimentação, transporte, renda de casa e funeral, bem como a não terciarização dos serviços de saúde, melhor distribuição de material de segurança no trabalho, além da indicação de alguns trabalhadores para cargos de chefia.
Hélder Adão descartou a possibilidade de haver um acordo relativamente ao aumento salarial na ordem de 100 por cento, alegando não haver condições para satisfizer este pedido, dado os baixos níveis de arrecadação de receitas e a elevada dívida com os clientes.
"ENDE paga mensalmente 10 mil milhões da kwanzas à RNT para obter energia eléctrica e, ao vender aos seus clientes, só arrecada oito a seis mil milhões de kwanzas/mês", patenteou, adiantando que nessa altura a empresa está com uma dívida "com a RNT de 250 mil milhões de kwanzas, resultante também do passivo herdado da EDEL e ENE, bem como dos clientes devedores”.