Risco de Morte: Mulher sofreu cesariana no Hospital dos Cajueiros e foi suturada com tubos de soro
Uma cidadã de nome Maria Luísa, está entre a vida e a morte, depois de, no passado dia 17 de Fevereiro do ano em curso, ter sofrido um parto por cesariana, na maior unidade hospitalar do município do Cazenga. Contra todas as expectativas, depois do bebé ter nascido morto, facto é que a jovem mulher foi suturada com tubos de soro, estando agora a ferida infectada, deixando a paciente em estado grave.
Por: Ngunza Chipenda
Jorge Miguel, irmão da jovem, aponta o dedo acusador ao médico Hélder Agostinho da referida unidade hospitalar, por negligência.
Segundo o nosso entrevistado, tudo começou depois que os familiares acompanharam a gestante até aos Cajueiros para que a mesma tivesse o bebé. Postos lá, os médicos decidiram realizar o parto por cesariana.
No segundo dia, dia 18, os mesmos avisaram que a criança havia nascido morta.
“Logo a seguir a minha irmã foi a sala de visita do hospital, onde nos deram o bebé, e a seguir fizemos o funeral”, lembrou.
“Depois de quatro dias na sala de visita, ela começou a inflamar, a doutora que estava a cuidar dela, pediu que se fizesse um raio x, e a seguir voltou novamente ao bloco, onde foi operada a segunda vez”. Depois da segunda operação, conta, a família não teve contacto com a doente, porque estava isolada numa sala, em função de algumas restrições impostas pelo corpo clínico.
“Na semana passada, já deste mês de Março, avisaram nos que ela já estava na sala de visitas, quando fomos ter com ela, demos conta que ela estava com hemorragia…sangrava na ferida”. Assim sendo, os familiares de Maria Luísa alertaram os enfermeiros em serviço, e estes decidiram evacuar a jovem para o Hospital Américo Boa Vida.
“Exigiam que eu tinha que arranjar uma viatura para transferir a minha irmã, mas eu neguei, e disse que não tinha, só depois de algum esforço eles conseguiram arranjar uma ambulância”, explicou.
“Depois de chegarmos ao Américo Boa Vida, os doutores ficaram muito tristes, e questionaram se a paciente estava há quantos dias no hospital, eles mentiram, e responderam que estava há dois dias, os doutores disseram que a paciente estava muito mal causa da sutura, e que os médicos tinham feito um mal trabalho”, contou, ressalvando que, os médicos negaram a estadia da paciente naquele hospital, obrigando que regressássemos outra vez aos Cajueiros.
“Regressamos outra vez, e levamos ela até a sala de visita, mas até aquele momento, eu não percebia realmente o que se estava a passar”.
De acordo com o familiar, lá os enfermeiros começaram a dar uns fármacos orientado pelos médicos do Américo, a ver se a hemorragia parasse.
“Então questionei aos enfermeiros porquê fomos rejeitados no Américo, mas eles desapareceram, simplesmente nos abandonaram na sala de visita”, lamentou.
Para saber o que realmente se passava, o irmão da paciente retirou a ligadura do ferimento da sua irmã, e notou a ‘maldade’ que os médicos haviam feito.
“Eles costuraram a ferida da minha irmã com tubos de soro, eu não sou médico, mas nunca vi aquilo na minha vida. A ferida estava a sair pus, estava infectada, e se notava o tubo de soro a sair das carnes dela”, lamentou.
De seguida, o jovem procurou o gabinete de informação do hospital e expos a preocupação.
O responsável levou-o até a área da maternidade, e as doutoras “explicaram muita coisa, mas não resultou em nada”.
Reunião com a direcção do Hospital
De acordo com o jovem, depois de contactar a rádio Luanda, um dos jornalistas contactou a direcção do hospital para esclarecimento.
Depois de reunidos, diz que o director foi em defesa do cirurgião, que alegou que era nova tecnologia, e que a ciência estava evoluída, e que o familiar podia constatar nas redes sociais ou investigar.