Caso Shoprite - Trabalhadores afirmam que Director dos Recursos Humanos mentiu sobre subsídio de alimentação e transporte
As coisas na rede de Supermercados Shoprite não vão nada bem, com os trabalhadores e direcção a contradizerem-se no que toca ao direito ou não de subsídios de alimentação e transporte. Os trabalhadores afirmam que o director dos recursos humanos, Mário Sebastião, mentiu quando diz que nem os trabalhadores da África do Sul recebem subsídios de transporte e alimentação.
Por: Solange Figueira
Os funcionários contactaram, uma vez mais, a equipa de reportagem deste jornal, apresentando provas contundentes que confirmam que alguns gerentes em Angola recebem esses subsídios desde 2016.
Segundo os trabalhadores, muitas vezes excedem o horário de trabalho e são obrigados a trabalhar duas a três horas a mais e, no final de tudo, não recebem nenhum acréscimo.
No fim de cada mês, acrescentam, recebem salários com descontos injustificáveis, uma vez que na folha salarial vem um número acrescentado.
Revelam que alguns dos seus colegas foram suspensos e automaticamente despedidos três dias antes da greve, apesar de o seu contrato terminar apenas em Maio próximo.
No dia 22 de Fevereiro, foram chamados alguns trabalhadores suspensos para voltarem a trabalhar, no dia 24. "Temos mais de 15 colegas que foram avisados para voltarem ao trabalho, mas os outros 30 apenas foram notificados para responderem ao contencioso laboral", disse Samuel Chineca, funcionário suspenso que, um mês depois, voltou ao seu posto de trabalho.
Samuel Chineca disse ainda que há duas semanas, foram para a Inspecção Geral do Trabalho, onde lhes foi informado sobre a recepção de um documento proveniente da direcção da Shoprite, com a informação de que a direcção está aberta ao diálogo, mas os funcionários não querem colaborar, facto que, dizem estes, não condiz com a verdade.
Ainda assim, ficou a promessa da Inspecção Geral do Trabalho convocar as duas partes para serem ouvidas.