22 anos de prisão para polícias que executaram dois jovens na “Ponte Molhada”
Adelino Yangue, Juíz do Tribunal da Comarca do Benfica, da Segunda Secção dos Crimes Comuns, mandou reconduzir para às celas onde já estiverem por sete meses, os cidadãos Florindo Manhonga Flávio Rodrigues e Juelme Matongueiro Matias (agentes da Polícia Nacional), considerados assassinos dos pacatos cidadãos que, em vida, eram identificados por Hélder Craveiro Cavulo e Luís Falcão, à data dos factos com 19 e 22 anos, respectivamente.
Por: Kiamukula Kanuma
O crime ocorreu no dia 16 de Fevereiro de 2022, na Ponte Molhada, bairro Benfica, no município de Talatona.
Adelino Yangue não teve dúvidas de que os executores agiram deliberadamente. Por isso, aplicou a sentença de 22 anos de prisão maior pelo crime de homicídio qualificado, em razão dos meios conforme estabelece a alínea (a) do nº 2 do artigo 148º do Código Penal.
Os réus deverão pagar dois milhões de Kwanzas de indemnizações às famílias das vítimas.
Sentença injusta?
A este Jornal, “Amarildo Craveiro, irmão de Hélder Craveiro Cavulo, disse que o julgamento foi injusto, porquanto os réus deveriam ter levado a pena máxima. Para ele, o processo apresentou-se viciado de mentiras e manipulações. "Não me conformo com isso”, vincou.
Alexandre Mário Agostinho, padrasto de Luís Prata, considera que os réus deviam ser condenados a pelo menos 25 anos de prisão, já que foram confessos e porque não tinham mais como mentir.
"Notou-se e muito bem que houve muita falcatrua por parte dos investigadores já que este processo desapareceu por sete meses", disse, sublinhando que a persistência da família foi decisiva para o julgamento.
"Veja que no decorrer do processo, a própria polícia criou situações que levaram o tribunal a adiar muitas audiências, com o argumento de fazer constar documentos sem alguma valência no processo tudo para retardar o julgamento, e esgotar-nos psicologicamente", acusa.
Informou que o vício começou a partir do momento em que o processo saiu do SIC-Central e foi para à Procuradoria Geral da República (PGR).
"Deixar aqui uma réplica ao porta-voz da PN: o tribunal deixou claro que os jovens malogrados nunca foram detidos ou presos como se propalou à imprensa", constatou.
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