Em Viana: Máfia no negócio de terrenos inclui Generais, PGR, Advogados e Oficiais da Polícia Nacional
Um documento a que este jornal teve acesso traz à luz uma lista, integrando membros do Executivo angolano envolvidos na máfia de terrenos, no município de Viana. A pressão é enorme naquela parte da capital angolana que só os administradores fortes é que resistem.
Por: Kiamukula Kanuma
A aludida lista contém 33 nomes de mafiosos de terras, dentre Generais, Procuradores, Advogados, Oficiais da Polícia Nacional, Serviços de Investigação Criminal (SIC), Fiscalização e Construtores.
De acordo com a lista, o General Tavares, ex-presidente da Comissão Administrativa de Luanda e o General Bento Kangamba lideram o jogo, seguindo-se dos oficiais, Rafel Mussafo (Mily), Nubaldo de Jesus Paizito; Arlindo Kiala Yusso (Deus); Jacob Gonga Joaquim; Pedro Eduardo Tiahurista (Pedro) Edvânia Graça Fieth (End); Mateus Francisco, Sebastião (Papy); Manuel Tomaz José (Neto), Adão Costa Francisco (Jingongo); Basílio Manuel dos Santos (Kidi); Augusto Mateus Adão Kingwary; Nelson Sebastião Darda (Gugu); Cardoso Pedro Santana (Miv); Sebastião Macoxi Cabanda; Bembele Bernardo; Domingas Paulo (Mimi), Fiqueira Quental; José Pereira; Rosário Jacinto Simões, Violante da Conceição; Filipe Cardoso; Paulo Vaz Contreiras Simões, Joaquim da Costa (Catana); Jorge José Luamba; Raimundo Bongue, Diniz Quilumina; Frederico B.J. Munza; Augusto Binqui Kileba; José Lumbo, Manuel Kamalata e Rodrigo Paulino Mavakala.
Quanto ao 'modus operandi', sabe este jornal que os grupos estão divididos de acordo com as especificidades.
Os endinheirados injectam dinheiro e usam suas influências no caso de haver detenções para os libertar das cadeias.
Os oficiais exercem o poder que têm e, como tal, intimidam, aproveitando-se da farda.
Neste enredo, não faltam os testas-de-ferro. Os Construtores e Quibeleiros têm a missão de chocar com os proprietários de quintais sem alguma serventia.
O caso mais recente foi protagonizado pela construtora Domingas Paulo (Mimi) que vendeu por 300 milhões de Kwanzas um terreno ao longo da via expressa pertencente a José Filomeno dos Santos.
Os fiscais como: Joaquim da Costa (Catana), José Lumbo, Francisco Quental, Paulo Vaz Contreiras, Simões, ex-Director da Fiscalização, dentre outros, asseguram as obras feitas à margem da lei e controlam ainda aquelas obras executadas clandestinamente para depois serem alvo multas pesadas a seu favor.
O empresário Jorge José Luamba é apontado como sendo o influenciador; aproxima-se aos administradores com algumas oferendas e depois de ganhar confiança, aplica o chamado 'golpe do Chinês'.
O documento refere que o fez ao ex-administrador André Soma e, por pouco, não aconteceu com o ex-Administrador, Manuel Pimentel.
A táctica consiste em predispor-se a construir casas sociais e escolas em troca de terreno.
Como acontece nesse tipo de negócio, um tem que dar o primeiro passo e André Soma assinou a concessão de terras no Zango 04.
Luamba, com o pão e o queijo em mão, não precisou mais do administrador e atirou a bola para os generais no sentido de apearem o administrador do município.
Manuel Pimentel, advertido pelo primeiro, teve mais cautela. Depois de tudo acertado para a reparação das pedonais, com a assinatura de um memorando em troca de terras em diversos pontos do Zango, Luamba sem dar o primeiro passo, exigia a concessão do direito de superfície.
Travado, usou outra táctica, tornando públicas as conversas mantidas entre ambos e julgadas comprometedoras.
Como não bastasse, fez chegar ao Governo de Luanda e ao Ministério do Urbanismo, forçando a exoneração do Edil de Viana. Este jornal promete trazer outros dados nos próximos dias.