Rede de prostituição de vietnamitas cobrava até 30 mil Kwanzas por sessão sexual
Oito cidadãs de nacionalidade vietnamita, com idades compreendidas entre os 23 e 45 anos de idade, foram feitas reféns e exploradas sexualmente numa hospedaria (suposta casa de massagem), localizada no Leocean Park, Avenida Fidel de Castro.
Por: Matias Miguel
Uma rede encabeçada por um casal vietnamita, supostamente com envolvimento de angolanos, foram detidos pelo SIC por incorrerem nos factos que configuram os crimes de tráfico de seres humanos e auxílio a migração ilegal.
Manuel Halaiwa, Superintendente-chefe e Porta-voz de Investigação Criminal da Direcção Geral do SIC, disse à imprensa que mediante denúncias, as acções investigativas determinaram a descoberta de uma rede criminosa que recrutava cidadãs vietnamitas provenientes da cidade de Lau Cai.
Ao que tudo indica, trata-se de uma rede devidamente organizada, que recruta jovens no exterior sob propostas aliciantes e iludidas para virem a Angola exercer actividade comercial.
"Chegadas cá, são-lhes subtraídos os passaportes e colocadas ao serviço de sexo", disse Halaiwa.
Fontes deste jornal indicam que o negócio de sexo era dirigido por um cidadão de nacionalidade chinesa prófugo, conhecido por Mingo em conluio com a esposa de 32 anos de idade, gestante com 8 meses, já detida pelo SIC.
Muito recentemente, mais precisamente a 23 de Maio do corrente ano, o SIC desmantelou uma rede criminosa envolvendo chineses e vietnamitas no mesmo território.
Neste caso, a hospedaria comporta 09 quartos todos suites, situados no primeiro piso, com 8 funcionárias. As refeições são feitas na parte de baixo.
Clientes escolhidos a dedo
Ilídio Martins, de 23 anos, segurança/porteiro disse a este Jornal que "os clientes são todos vietnamitas e chineses e apresentavam uma senha na porta, e vinham já com a identificação dos quartos, onde elas o esperavam.
Dinheiro em papel não se usava, os pagamentos eram feitos por código de barra, no valor de 30 mil Kwanzas “por round”. E há quem pagava para 05 rounds diários.
"Elas vivem aqui mesmo, e uma vez a outra, saem para um passeio com a patroa seguido de um corpo de segurança, sob forte vigilância, denunciou o jovem”.
"De princípio”, continuou, “pensava que elas eram massagistas, porque o letreiro diz que é casa de massagem, mas, depois, percebi que o negócio era outro", disse o guarda, que revelou ter um vencimento 30 mil Kwanzas, sendo que o seu trabalho é de 24 horas por dia.
As cidadãs recolhidas serão encaminhadas ao Ministério Público junto ao Serviço de Migração e Estrangeiros, para se criar condições do repatriamento para sua terra natal, disse Manuel Halaiwa a este Jornal.