José Pedro Katchiungo por um fio na UNITA: 'Setenteça' foi ditada na reunião da Comissão Política
Um dos políticos jovens e pragmáticos da UNITA, pelo menos até 2019, José Pedro Kachiungo (JPK), viu a sua reputação esfumada durante a reunião extraordinária da Comissão Política, realizada esta quarta-feira, 20, com reacções que o desfavorecem, depois de abdicar de reuniões da cúpula do partido e das sessões parlamentares, alegando motivos que ninguém 'engoliu'.
Por: António Kañeneñene
As ausências de JPK das reuniões do Comité Permanente do Partido do Galo Negro, durante dois anos, foram consideradas estranhas, por ser uma das principais figuras no órgão.
Por ocasião da reunião do CP que reagiu ao recente acórdão do Tribunal Constitucional que anula o XIII congresso ordinário, JPK apareceu, deixando perplexa a ala dura do seu partido, tendo sido convidado a abandonar a sala.
Em causa, estão às informações que circulam dentro da própria UNITA, segundo as quais, ele estaria por detrás de todas investidas contra a figura de Adalberto Costa Júnior que, era seu amigo de outros tempos.
Essas acusações ganham mais fulgor quando reforçadas com informações de que teria sido corrompido pelo regime para levar a cabo tal tarefa, em parceria com Rui Galhardo e alguns jornalistas.
Na UNITA, funciona, nessas situações, uma espécie de gabinete de Estudos e Análises, que ora age como serviços de contra— inteligência, ora apenas como uma estrutura meramente política.
O NA MIRA DO CRIME soube, de fonte segura, que o dossier JPK vem sendo acompanhado desde a realização do congresso "onde desempenhou um péssimo papel". "Só não se tomou medidas mais rígidas, pelo facto do partido se vergar ao seu potencial", revelou, admitindo que, agora, que já se pensa que o partido pode seguir o seu rumo com ou sem ele, já se pensa em sugestões para uma tomada de medidas mais severas, que podem chegar à expulsão do partido.
No entanto, a mesma fonte refere que o Presidente Isaías Samakuva, na sua reentrância, trouxe um discurso reconciliador, apelando à tranquilidade e unidade, posição que pode ajudar aproximar algumas tendências.
Na reunião da Comissão Política, Katchiungo, ao votar contra o congresso mostrou estar naturalmente a asseverar a amargura da sua relação com Adalberto Costa Júnior, o único concorrente, por enquanto, à liderança da UNITA, cuja eleição deve acontecer até dia 4 de Dezembro próximo.
Samakuva 'aquece os motores"
O líder da UNITA, Isaías Henrique Ngola Samakuva, tem tudo para fazer a sua imagem, contribuindo, em dois meses para unidade do partido e fazer—se mais presente mesmo depois de passar as pastas ao futuro presidente a ser eleito. Ou seja, deverá posicionar—se mais como parte da solução e não como parte do problema.
Na sua intervenção, na reunião desta quarta-feira, ele destacou o momento Politico que o país e o Partido vivem, após o Acórdão do Tribunal Constitucional, considerando-o "meramente político, pois visa dividir a UNITA, travar o movimento social para à mudança e impedir a Alternância em 2022".