Procura-se Polícia: Assaltos à mão armada preocupam moradores na Caop Velha
Com uma média alta de assaltos à mão armada por semana e na calada da noite, os moradores da Caop Velha, no distrito urbano da Funda, município de Cacuaco, estão totalmente amedrontados com a situação e clamam por socorro urgente.
Por: Kihunga Bessa
Uma vez que o país comemorou o seu 22° aniversário de Paz e Reconciliação Nacional no dia 4 do corrente mês, muitos angolanos, sobretudo luandenses, ainda continuam a viver um clima de terror, com o troar de armas de fogo a assustar e a matar os cidadãos, como é realidade em muitos bairros da capital.
Desta feita, o grito de socorro é proveniente dos moradores da Caop Velha, cujo sossego é apenas uma utopia pois, segundo os habitantes, semanalmente são assaltadas em média 10 residências com recurso a armas de fogo.
Emília Raimundo, moradora da zona do Mayombe A, desde 2014, conta que no mês passado foi vítima dos marginais que, depois de assaltarem a sua casa, ainda foi levada pelos meliantes que a fizeram percorrer vários quilómetros naquela noite.
"No mês passado fui vítima de assalto, levaram quase tudo em casa e mesmo assim também me levaram despida, apenas de colant, para que eu batesse as portas dos vizinhos", disse.
A cidadã referiu ainda que os marginais disfarçam-se de mulheres, trajam mesmo vestidos, usam perucas e efectuam os assaltos, como aconteceu em todas residências que já foram assaltadas.
Frederico Miguel André, outro morador, que vive há mais de 10 anos na zona do Cawango, naquele mesmo bairro, explica que além das residências, os amigos do alheio ficam nas esquinas a espera de quem vem do serviço e, com a maior naturalidade, apontam as armas aos que circulam e subtraem tudo.
"Eles começam nas esquinas, principalmente na paragem do Malongo, onde não se recomenda alguém parar a partir das 5 horas, nem mesmo no período das 19 em diante, e posteriormente vão até às residências", descreveu.
De acordo com aqueles munícipes, os marginais premeditam bem as suas acções, criam sempre avarias na iluminação pública e na escuridão aproveitam realizar os crimes.
Questionados sobre o patrulhamento por parte dos efectivos da Polícia Nacional, os moradores explicam: "A própria polícia pouco ou nada faz para acudir a situação e pelo que parece até actuam juntos com os marginais e já não confiamos neles", acusaram.
Os moradores acusam um indivíduo conhecido por "Pauspiri", como sendo o promotor de tudo, principalmente por comercializar drogas, sobretudo a liamba, local onde concebem os planos criminosos.
A nível da Caop Velha, o Malongo é considerado como o epicentro da criminalidade, e a população clama por uma intervenção urgente por parte dos órgãos de direito.
Vale recordar que a situação de criminalidade na Caop Velha é muito antiga.
Este jornal deslocou-se ao posto policial local para ouvir algum responsável sobre a segurança daquela comunidade, mas sem sucesso.