Emboscada para libertar narcotraficante na França deixa dois agentes mortos
Os quatro bandidos seguiam em dois veículos e estavam armados, e tinham como objectivo final libertar Mohamed Amra, o cabecilha de uma rede de tráfico de droga detido em França.
O comando, fortemente armado, acompanhava o percurso de uma carrinha celular que transportava Mohamed Amra para a cadeia quando, na portagem de Incarville, em Val-de-Reuil, atacou.
Na emboscada, com troca de tiros, dois guardas prisionais morreram, três ficaram gravemente feridos e o comando escapou com Mohamed Amra numa acção filmada por câmaras de segurança e pessoas que passavam na zona.
Mais tarde, as viaturas utilizadas para a fuga foram encontradas incendiadas. Pelo menos uma ficou imobilizada junto à viatura celular e foi parcialmente destruída por um engenho explosivo arremessado pelos criminosos durante uma acção digna de um filme de Hollywood.
Quem é Mohamed Amra, o fugitivo?
Conhecido por "La Mouche", Mohamed Amra, de 30 anos, foi condenado por roubo e está indiciado pelo crime de sequestro com homicídio.
De acordo com o jornal Le Parisien, o homem é também investigado por tentativa de homicídio em Saint-Étienne-du-Rouvray. Mohamed esteve preso na cadeia de Baumettes, em Marselha, na prisão de Santé, em Paris, e mais tarde foi transferido para a prisão de Évreux.
Dois dias antes do ataque, o homem já tinha tentado a fuga, mas sem sucesso, o que levou a que fosse colocado numa ala com maior segurança.
Plano activado e uma promessa de Macron
O plano "Épervier " - activado em casos de sequestro, fuga e captura - foi activado para tentar encontrar o prisioneiro evadido e os cúmplices.
O tribunal responsável pela luta contra o crime organizado assumiu a investigação. "Tudo está a ser feito para encontrar os autores deste crime", escreveu o presidente francês, Emmanuel Mácron, na rede social X.
Famílias das vítimas despedaçadas
Os guardas prisionais que morreram tinham 35 e 54 anos. "Um deles deixa mulher e dois filhos enquanto o outro deixa uma mulher grávida de cinco meses", declarou o ministro francês da Justiça, Éric Dupond-Moretti.
Alguns sindicatos da guarda prisional apelaram a um "bloqueio" das cadeias e de outros estabelecimentos prisionais em homenagem aos agentes mortos na emboscada.
"Este dia deve ser um dia de ‘prisões mortas’ e pode voltar a acontecer", afirma um comunicado conjunto dos sindicatos, citado pelo jornal Le Monde.
Políticos prometem justiça
Alguns líderes políticos recorreram às redes sociais para se pronunciarem sobre o sucedido.
O primeiro-ministro, Gabriel Attal, assegurou que o "país nunca recuará perante a violência". "Não pouparemos esforços, nem recursos. Iremos persegui-los. Vamos encontrá-los. E digo-vos, eles vão pagar", afirmou no parlamento francês enquanto as autoridades ampliam os esforços para descobrir o paradeiro dos fugitivos.
C/CM