Viagem sem volta: Quatro moto-taxistas ‘retirados’ do Paraíso e executados com tiros na cabeça no Kalawenda
Quatro cidadãos nacionais que em vida respondiam pelos nomes Luciano Tungo (Moreno), de 25 anos de idade, José Filipe Pedro (Babete), de 27 anos, Nicolau Augusto (Nk), de 19 anos de idade e Afonso Rodrigues (Tribal), de 30 anos de idade, três dos quais moradores do bairro Paraíso, no município de Cacuaco e o último residente no município do Dande, província do Bengo, foram retirados das suas zonas de residências, na última sexta-feira, 02, e levados ao município do Cazenga, por indivíduos desconhecidos, encapuzados, e munidos com armas de fogo.
Por: Kihunga Bessa
Em declarações exclusivas ao jornal Na Mira do Crime, os familiares contam que os jovens foram levados por volta da 1 hora da madrugada de sexta-feira, 02, quando elementos armados até aos dentes, encapuzados, arrombaram as portas das residências onde viviam os malogrados, levaram-nos até a zona da “terra vermelha”, município do Cazenga, arredores do Kalawenda, onde posteriormente foram executados com tiros na cabeça.
Questionados sobre o comportamento dos seus familiares, Jorgita Arnaldo, mãe de "Nk", reconheceu que o seu cunhado era marginal e altamente perigoso, que foi em sua casa fugindo da zona em que vivia, depois de ser solto da cadeia.
"O meu cunhado era mesmo bandido, e fez aqui apenas quatro dias, foi assim que lhe seguiram e lhe levaram também com o meu filho que era inocente", lamentou.
Por sua vez, José Marco, tio do Moreno, explicou que que o seu sobrinho, uma semana antes da sua morte, foi levado pela polícia de forma errada, acusado no crime de roubo de motorizada.
"Acusaram lhe de forma injusta, porque ele já realizava trabalho de moto-táxi há mais de 10 anos, nunca roubou ninguém", defendeu.
Quem também chora pela partida prematura do seu ente, é a jovem Lucrécia Filipe Pedro, irmã de “Babete”, que diz que o seu irmão nunca esteve envolvido em crimes, e por duas vezes foi levado pela polícia de forma errada, por causa do seu sobrinho.
Depois de ouvir os familiares, o Na Mira do Crime ouviu os moradores do bairro Paraíso.
Para estes, as sequências de mortes em certa medida ajuda a estancar a crescente onde de crime na zona, mas é preciso que se investigue devidamente, sob pena de estarem a matar até inocentes.
“Mataram pessoas erradas, os altamente perigosos ainda estão a vaguear pelas ruas", alertaram.
Os familiares, acusam os algozes dos jovens de terem levado consigo vários bens das residências das vítimas.
O Na Mira do Crime contactou a responsável do SIC no município de Cacuaco, Director Sucama, sobre estes casos de homicídios.
O oficial afirmou desconhecer às ocorrências, e apela as famílias a se dirigirem ao piquete do SIC daquele município, no sentido de abrirem os devidos processos para ajudarem o órgão a trabalhar e deter os criminosos.