Varíola dos macacos nova emergência global: Doença já matou mais de 500 pessoas em mais de dez países em África
Aumento de casos, com mais de 500 mortes confirmadas, em mais de uma dezena de países em África, esta semana, levou a OMS a voltar a tomar medidas.
O potencial para uma disseminação 'muito preocupante' fez com que a Organização Mundial da Saúde declarasse o surto de Mpox como uma emergência pública internacional pela segunda vez no espaço de dois anos. A decisão foi tomada devido ao aumento de casos, com mais de 500 mortes confirmadas, em mais de uma dezena de países em África, esta semana.
Saiba o que é a varíola dos macacos e os cuidados que deve ter.
A varíola dos macacos é uma doença viral, causada por um vírus do género Orthopoxvirus, que pode ser contraída através do contacto com pessoas e animais infetados, bem como objetos contaminados.
Quais os sintomas?
Segundo a OMS, os sintomas mais comuns da doença são a erupção cutânea ou lesões nas mucosas que podem durar entre duas a quatro semanas, acompanhadas de febre, dores de cabeça, dores musculares, dores nas costas, falta de energia e gânglios linfáticos inchados. Quem tem um sistema imunitário mais frágil pode apresentar os sintomas durante mais tempo.
A maioria das pessoas consegue recuperar na totalidade, mas há quem chegue a apresentar sintomas mais severos. As complicações incluem: pneumonia, infeção da córnea com perda de visão; dor ou dificuldade em engolir, vómitos e diarreia; sépsis, inflamação do cérebro (encefalite), do coração (miocardite), do reto (proctite), dos órgãos genitais (balanite) ou das vias urinárias (uretrite), ou a morte.
Como se transmite?
O vírus entra então no corpo através da pele ferida- devido às erupções cutâneas-, das superfícies mucosas (por exemplo, oral, faríngea, ocular, genital, anorrectal) ou através do trato respiratório. As relações sexuais e até mesmo os beijos podem constituir uma forma de transmissão.
No que toca à transmissão por animais, continuam a ser realizados vários estudos. Sabe-se que quando um animal infetado morde ou arranha um ser-humano tem também a probabilidade de transmitir a doença.
A varíola também pode ser transmitida com o contacto com objetos contaminados, como roupa ou lençóis, através de ferimentos provocados por material cortante nos serviços de saúde ou em ambientes como estúdios de tatuagem.
Como diagnosticar?
É preciso ter cuidado para não confundir a varíola dos macacos com doenças que possam causar sintomas semelhantes. É importante distinguir a varíola dos macacos da varicela, sarampo, infeções bacterianas da pele, sarna, herpes, sífilis, outras infeções sexualmente transmissíveis e alergias associadas a medicamentos. Para tal, fazer a despistagem torna-se essencial para evitar uma maior propagação.
As melhores amostras para o diagnóstico são colhidas diretamente da erupção cutânea- pele, fluido ou crostas.
Qual o tratamento?
De acordo com a OMS, o tratamento da varíola dos macacos passa por tratar a erupção cutânea, controlar a dor e prevenir complicações. Os cuidados precoces e de apoio são importantes para gerir os sintomas e evitar mais problemas.
Para tratar as feridas, duas opções são utilizar compressas com água salgada e tomar banhos quentes e colocar bicarbonato de sódio.
A vacina contra a Mpox pode ajudar a prevenir a infeção e deve ser administrada no prazo de quatro dias após o contacto com alguém que tenha varíola (ou até 14 dias se não houver sintomas).
Cuidados pessoais a ter?
Caso seja diagnosticado com a doença, deve evitar sair de casa e, se possível, manter-se no seu quarto, sem tocar em objetos partilhados. As mãos precisam de ser lavadas com frequência e evite coçar as feridas, para não retardar o processo de cicatrização.
Quando estiver sozinho, mantenha a pele seca e descoberta, mas em contacto com outras pessoas, utilize máscara e cubra as feridas.
C/CM