Fazia táxi personalizado - Antigo jogador do Libolo assassinado a tiro por elementos desconhecidos
Lopes Mateus Simão, casado de 35 anos de idade, antigo jogador e capitão do clube Recreativo do Libolo (CRL), morador na rua da Maxi, bairro Zango l, município de Viana, foi morto na passada quarta-feira, 14, com disparos de arma de fogo, enquanto realizava serviço de táxi personalizado (Yango)
Por: Kihunga Bessa e Leonor Correia (estagiária)
Informações obtida de forma exclusiva por este jornal por parte da esposa do malogrado, de nome Rosimeury, dão conta que o malogrado, por conta de uma lesão contraída em 2023, deixou de praticar desporto federado, e preferiu abraçar novos desafios para sustentar de forma condigna a sua família.
Desta forma, Lopes realizava serviços de táxi personalizado, e era habitual sair num dia para trabalhar e voltar no dia seguinte.
Na segunda-feira, 12, do mês em curso, em mais uma jornada laboral, a vítima saiu de casa em busca do pão, mas nunca mais voltou para o braço dos seus.
"Sempre que ele tinha que trabalhar a noite, comunicava a família, mas após ter saído na segunda-feira e não ter regressado ou avisado, liguei para a irmã dele para saber se ele estava lá a descansar, mas não consegui a resposta", recordou.
Na terça-feira, 13, ligou para o esposo para saber da sua localização, recebeu de volta uma mensagem, dizendo que ligaria.
"Aquela foi uma última vez que falamos, na quarta-feira, 14, tentei contacta-lo novamente por via telefónica, infelizmente não chamava e a situação ficava cada vez mais preocupante" disse.
Na quinta-feira insistiu com as ligações, mas o telemóvel não chamava, facto que obrigou a esposa a deslocar-se a casa da cunhada, para saber se o marido estava em casa dela.
"Quando entrei no quarto onde ele normalmente dormia, para ver se tinha trocado de roupa, vi que não, então, contactei a proprietária do veículo para saber se tinha conhecimento do paradeiro do meu marido, mas ela também desconhecia”.
Consultado o GPS, notaram que estava desligado há dois dias.
Na sexta-feira, 16, dirigiram-se até ao piquete do SIC-Viana para participar o caso, e foi aí que receberam a notícia que a viatura encontrava- se na esquadra do Catinton.
"Deslocamo-nos até a esquadra do Catinton, onde encontramos a viatura com uma parte da chaparia amolgada e o vidro quebrado com um orifício de bala… fomos informados pela polícia local que a viatura foi encontrada abandonada ni bairro, e que o corpo do meu marido já estava na Morgue Central", lamentou.
"Fomos até a morgue, o nosso espanto é que encontramos o corpo com sinal de espancamento, roupa rasgada e com perfuração de bala no peito, como se tivesse lutado com alguém, conheço bem o meu marido, ele não chegaria até aquela zona", afirmou.
A esposa explicou que durante o período em que o marido trabalhava com a viatura, terá celebrado um contrato verbal com a patroa, no sentido trabalhar um ano e depois tornar-se o dono da viatura.
Patroa apoia o óbito
"Ela apoiou nos com 70 mil kwanzas, e fez-se presente apenas no funeral", disse.
O Na Mira do Crime sabe que durante o assalto, o marginais levaram toda documentação da vítima. O malogrado foi a enterrar na quarta-feira, 21, e deixa filhos de 4, 3 e um ano de idade.
Contactado por este jornal, a direcção do SIC- Luanda garante que está trabalhar no sentido de esclarecer o caso.