Cidadão mata a esposa e joga o corpo no rio na comuna de Cabiri
Um cidadão identificado por Castro Winga, de 46 anos, acusado de ter matado a esposa, conhecida por Conceição Miguel, de 40 anos, e, posteriormente, jogado o cadáver no rio Zenza, na comuna de Cabiri, para se livrar da culpa, foi detido no passado dia 28 de Agosto do ano em curso, pelos efectivos do Serviço de Investigação Criminal (SIC), através da sua direcção municipal do Icolo e Bengo.
Por: Cambundo Caholua e Jurelma Cambinda
O episódio, segundo o porta-voz em exercício do SIC-Luanda, inspector Emanuel Capita, ocorreu numa lavra, situada junto ao rio Zenza, no distrito de Catete, sendo que o mesmo já não vivia há um bom tempo com a infeliz, numa altura em que se encontrava a retirar produtos do campo para comercializar.
"O cidadão acorreu aqui à sua lavra, por volta das 00 horas e encontrou a esposa na companhia de mais alguém. Ele pensou que se tratava de bandidos e, por isso, agrediu a esposa com um pau na cabeça. Tão logo se apercebeu que se tratava da sua mulher, decidiu então enrolar o cadáver e foi até ao rio Zenza e jogou o corpo", explicou.
O responsável do SIC esclareceu também que o implicado depois de ter consumado o acto, passado dois dias, dirigiu-se à uma unidade policial, disfarçadamente como se não tivesse cometido nenhum crime, fez uma participação alegando que estava à procura da esposa que se encontrava desaparecida.
"Ao notarem que a explicação do mesmo não era convincente, os operacionais entraram em pormenores técnicos de investigação com questões que deixou o acusado indagado. Foi assim que descobriram que o casal estava separado já há um bom tempo, mas com esperança de retomarem a relação. Na sequência, confessou ser ele o causador da morte, facto que culminou com a sua detenção", sublinhou.
Falando ao NA MIRA DO CRIME, Castro Winga, confessou a autoria do crime e revelou que estava separado da malograda há, sensivelmente quatro meses. Ainda assim, ela aparecia na lavra de noite, sem o seu consentimento e colhia produtos para ir vender.
"Como tem desaparecido muitos produtos, então, naquele dia ao ir controlar a lavra, coincidiu que ela estava ali a recolher produtos do campo com mais uma pessoa que não consegui identificar. Pensei que eram bandidos e, sem pensar duas vezes, dei-lhe com um pau grande na cabeça. Assim que ela caiu, fui atrás da outra pessoa só que conseguiu fugir", sublinhou, acrescentando que, no seu regresso, foi quando se apercebeu que matou a própria mulher.
"Por isso, a única solução que vi naquele momento, foi atirar o corpo dela ao rio", concluiu.
Um agressivo nato
Suzana Conceição Miguel, filha do casal, disse que o pai foi sempre agressivo e já tentou matar a mãe por três ocasiões.
"A relação deles era muito difícil. Ele sempre ameaçava a minha mãe e dizia que um dia ia matá-la e colocar o corpo num saco", denunciou.
Quanto a separação do casal, Suzana, disse que a sua mãe apenas saiu de casa porque as ameaças de morte eram constantes. "Mas infelizmente, mesmo saindo de casa, a morte seguiu-a e ele acabou mesmo por cumprir o que sempre dizia: matar a minha mãe", sustentou.
O Porta-voz em exercício fez saber que o implicado foi presente ao Ministério Público e ao Juiz de Garantias, que determinou a medida de coação mais gravosa: a prisão preventiva.