“Chefe Silas”: Agente da Polícia mata adolescente de 15 anos com tiro na cabeça e fica impune
Um menor de 15 anos de idade, que em vida atendia pelo nome Edmilson Cristo Manuel, estudante, morador do bairro Madeira, distrito urbano do Sambizanga, município de Luanda, foi assassinado supostamente por um agente da polícia, identificado por Chefe Silas.
Por: Cambuta Vieira
Tudo aconteceu por volta das 13 horas de quinta-feira, 21, após o funeral de um jovem identificado por Yuri, membro de uma gangue, que morreu vítima de assassinato.
Após os funeral, os amigos do malogrado decidiram descer até a Boa Vista, com intuito de retaliar a morte de Yuri, e foram surpreendidos por uma equipa de mais de 10 efectivos da polícia, que dispersou a gangue com tiros no ar.
Após o tumulto, conta Aguinaldo Bastos, testemunha, ele e o Edmilson que se encontravam no óbito, decidiram descer para ver o motivo dos disparos.
"Assim que acabamos de comer, decidimos ir ver o que era, porque a polícia estava a efectuar vários tiros, assim que descemos, o Ti Silas nos viu e disparou contra a cabeça do meu amigo, a polícia já tinha ido embora, nós vimos eles a descerem, afinal o Ti Silas, se escondeu por trás do pau, tão logo nos viu efectuou o disparo a queima-roupa, sem nós reagirmos”, contou.
"O meu amigo foi alvejado na região da cabeça, o tiro entrou pela lateral, junto a orelha, a bala ficou encravada na cabeça, tão logo o nosso amigo caiu, socorremos, accionamos uma motorizada que lhe levou até a estrada e de lá pegamos um carro até a clínica do Prenda, onde acabou por morrer às 15 horas”, recordou.
Segundo testemunhas, assim que o polícia se apercebeu da morte do jovem, fugiu em um quintal, sendo muito conhecido no bairro, a população ficou revoltada e começou a gritar pelo nome dele.
Cristo António Manuel, pai do malogrado, conta que recebeu a triste notícia por volta das 13 horas.
“Recebi a informação que o meu filho tinha sido baleado, de imediato fui até à Clínica do Prenda, onde recebi a triste notícia que um pai poderia imaginar", chorou.
No mesmo dia, conta, por volta das 16 horas, foi até a esquadra da Boa Vista, e lá foi maltratado, no dia, voltou a mesma esquadra, mas sem sucesso.
"Nós ficamos lá das 07 até às 16 horas, e não fomos atendidos, não basta perder um filho na flor da idade, agora mas a polícia vem nos dar voltas, assim mesmo se faz? para piorar, quem está a cuidar do processo é o mesmo assassino que matou o meu filho”, lamentou.
De acordo com o nosso entrevistado, desde quinta-feira, 21, até a data presente não receberam nenhuma ajuda da polícia, e por falta de condições, não sabem quando será o funeral do seu filho.
“Não temos condições para comprar o caixão, como podem ver, às pessoas só estão a vir passar a noite, porque até um copo de água não estamos a conseguir dar nas pessoas", chorou.