Testemunhas confirmam: 1° Subchefe do DIIP foi 'executado' a tiros por oito agentes do SIC-Cazenga
João Inácio Vaz Contreiras, de 42 anos de idade, 1° Subchefe da Direcção Nacional de Investigação de Ilícitos penais, morador do Distrito Urbano do Sequele, município de Cacuaco, foi morto a tiros na madrugada desta sexta-feira, 29, por supostos efectivos do SIC, colocados na 17° esquadra do Cazenga (Esquadra do Antenov), quando visitava familiares naquela circunscrição.
Por: Kihunga Bessa
Em declarações exclusivas ao jornal Na Mira do Crime, familiares da vítima contam que o crime ocorreu por volta das Zero horas da madrugada desta sexta-feira, 29, na rua dos Comandos, quando, transportado pela viatura de marca Toyota, modelo Yaris, de cor branca, com a chapa de matrícula LD-11-41-HY, passou em casa dos seus pais, já falecidos, para visitar a sobrinha que aí reside.
Ao sair de casa, após caminhar alguns metros, quando se dirigia para sua viatura foi abordado por elementos do SIC (08), dois dos quais encapuzados, que horas antes estavam a consumir bebidas alcoólicas numa das roulottes aí existente.
Joana Contreiras, irmã do malogrado, explicou que após o efectivo ser confundido por bandido, os efectivos do SIC tentaram imobiliza-lo e, sendo altas horas da noite, e não estando identificados, a vítimas suspeitou dos mesmos e efectuou um disparo no ar para afugentá-los, pensando que fossem marginais.
“Depois do meu irmão tentar se defender, outros quatro efectivos que estavam do outro lado da estrada, atravessaram, e um deles começou a efectuar disparos em direcção ao meu irmão, tendo sido atingido primeiro na região das costas”, explicou a jovem.
Não satisfeito com o polícia já estendido no chão, o grupo de supostos agentes do SIC chegaram junto ao efectivo do DIIP e dispararam várias vezes no corpo do infeliz, causando morte imediata. Aliás, este depoimento foi defendido por um segurança que guarnecia um estabelecimento de venda de bebidas alcoólicas, que fez noite neste fatídico dia e presenciou tudo.
Testemunhas que presenciaram a ocorrência e pediram para não serem identificados por serem conhecidos dos supostos efectivos do SIC e da vizinhança, contaram que, após o efectivo ter sido metralhado, os encapuzados sacaram a documentação e telefone da vítima do bolso e se aperceberam que se tratava de um agente da Direcção de Investigação de Ilícitos Penais.
Para apagar evidências, subtraíram todos os seus pertencesses, até mesmo a chave da viatura, e em menos de uma hora tinham o carro da remoção do SIC para levar o cadáver sem ser feito perícia.
Informação do crime não circulou até às 8horas desta quinta-feira
Como é ‘regra’ os órgãos castrenses elaborarem um auto de notícia em casos como estes, e ainda por se tratar de um crime público, verdade é que a informação não circulou entre as entidades do Comando Municipal do Cazenga, sendo que, por volta das 6h45 quando a equipa deste jornal indagou o Comandante e Delegado do Ministério do Interior no Município do Cazenga, Superintendente-chefe, Didi este desconhecia totalmente a ocorrência.
Por volta das 8horas, uma equipa do DIIP, liderada pelo chefe das operações daquele órgão, esteve no local para fazer a perícia, mas com pouca margem de encontrar evidências, porque até o sangue e o local onde o malogrado perdeu a vida, o sangue foi tapado com areia e não se encontrou nenhum invólucro.
Informações obtidas por parte da vizinhança, é que é comum todas às quintas-feiras os efectivos da SIC da esquadra acima descrita fazerem se aquele local para recolher marginais, e retirá-los das celas no dia seguinte em troca de valores.
Neste momento, a família pede que se faça justiça, e os autores do crime sejam responsabilizados.
Um dado a reter é que, no interior da viatura onde seguia a vítima, estava um bouquet de flores (rosa), que o mesmo pretendia oferecer a sua esposa, com a qual tem duas crianças, que agora são órfãos de pai.
SIC diz que está a averiguar o caso…
Contactado via telefónica, o Porta-voz em exercício do SIC-Luanda, Inspector, Emmanuel Capita, explicou que o SIC está a averiguar o caso…