EUA anuncia projecto de nova bomba nuclear 24 vezes mais potente que a de Hiroshima
O Departamento de Defesa americano anunciou, na sexta-feira, o projecto de uma nova bomba atómica para o seu arsenal nuclear.
A iniciativa precisa ainda de autorização do Congresso dos Estados Unidos para começar.
De acordo com as autoridades americanas, a nova arma oferecerá ao presidente "opções adicionais contra alvos militares maiores e mais difíceis", enquanto modelos antigos de explosivos nucleares vão ser ‘aposentados’ pelo Departamento de Defesa.
Baptizado de B61-13, o armamento deverá, assim, substituir algumas das mais antigas bombas B61-7.
Ambas detém poder de destrutivo semelhante, com capacidade máxima de 360 kilotons.
Assim, a futura bomba seria 24 vezes mais potente que o explosivo que atingiu Hiroshima no final da Segunda Guerra Mundial.
A nova arma também reduzirá o número de bombas B61-12 que serão produzidas.
Este outro explosivo, mais moderno e menos potente que o modelo B61-7, começou a ser fabricado em 2022.
Segundo nota do Departamento de Defesa, o B61-13 irá aproveitar a estrutura de produção desenvolvida para o B61-12, partilhando com esse explosivo de características semelhantes de "segurança, protecção e precisão".
"O anúncio de hoje reflecte um ambiente de segurança em mudança e ameaças crescentes de adversários em potencial. Os Estados Unidos têm a responsabilidade de continuar a avaliar e colocar em campo as capacidades que precisamos para dissuadir e, se necessário, responder a ataques estratégicos e dar segurança aos nossos aliados", disse o secretário adjunto de Defesa para Política Espacial, John Plumb.
O modelo B61-13 é uma bomba de gravidade, ou seja, é projectada para ser solta de uma aeronave sobre o seu alvo.
A nota divulgada pelo Departamento de Defesa também confirmou os planos de aposentar a bomba B83-1, uma das mais poderosas do arsenal americano.
"Esta iniciativa segue vários meses de revisão e reflexão. O desenvolvimento do B61-13 não é uma resposta a nenhum evento actual específico; reflecte uma avaliação contínua de um ambiente de segurança em mudança", afirma o Departamento de Defesa.
No início de Outubro, um relatório elaborado por uma comissão bipartidária do Congresso dos EUA indicou a necessidade do país se preparar para ataques simultâneos de adversários como Rússia e China.
Entre as recomendações do painel, formado por seis Democratas e seis Republicanos, estava a de seguir com planos de modernização do arsenal nuclear, iniciado em 2010 e que deve custar cerca de USD 400 biliões até 2046.