SIC desmantela em Cacuaco organização criminosa liderada por empresários chineses
A Direcção de Combate aos Crimes de Corrupção do SIC - Geral desmantelou uma associação criminosa com liderança de empresários chineses, envolvida em mais de cinco crimes económicos, no interior de uma unidade fabril em Cacuaco.
Por: Belchior Resende
Segundo o Porta-voz do do Serviço de Investigação Criminal em Luanda, Superintendente-chefe, Fernando Carvalho, a Direcção de Combate aos Crimes de Corrupção, através do seu Departamento de Observação e Avaliação de Riscos, no decurso das suas actividades operativas, tomou conhecimento da existência de um espaço físico pertencente a GAB -Comércio e Indústria Lda, arrendado pela empresa denominada Organizações Criochan Comércio e Prestação de Serviços, cuja actividade económica não foi declarada, mas dedicava-se propriamente à transição de moedas virtuais “BITCOIN”.
Face ao facto, diligências urgentes foram encetadas pelo referido departamento que, já no local, foi possível a detenção, em flagrante delito, de quatro cidadãos, dentre os quais, três de nacionalidade chinesa e um de nacionalidade angolana, com idades compreendidas entre 24 e 38 anos.
No interior do referido espaço, os implicados dedicavam-se aos seguintes crimes: “furto de energia, actividades económicas ilícitas, fuga ao fisco, branqueamento de capitais, danos ao ambiente e corrupção activa a funcionário”.
No momento em que se efectivava as competentes detenções, fez-se presente no mesmo local um outro cidadão de nacionalidade chinesa, em posse de Akz Cinco milhões, com o fim de corromper a equipa de investigadores de serviço, para que os seus comparsas fossem postos em liberdade.
A acção foi imediatamente frustrada pelos operacionais em serviço, que emitiram voz de prisão, em flagrante delito, pela prática do crime de corrupção activa à funcionário.
Antes que arrefecesse o clima diante das acções descritas, a mesma equipa foi surpreendida por um cidadão nacional, que de forma arrogante e desrespeitosa, alegou ser dono do estabelecimento e mais, ser Comissário da Polícia Nacional.
O indivíduo, de forma autoritária e com voz de mando, ordenou que fossem retiradas as algemas aos cidadãos já detidos e os mandasse embora em liberdade, facto não corroborado pelos operacionais em serviço, que mantiveram a mesma postura inicial.
Salienta-se que o comportamento do cidadão em causa, que minutos depois veio também a apresentar-se como advogado, configura a prática do crime de “Participação Económica em Negócio e Abuso de Poder/Autoridade”, crimes esses conexos à corrupção.
Por este facto, foi, de igual modo, detido em flagrante delito.
Cumpridas as diligências no local, aferiu-se ser, sem sombra de dúvidas, uma “Associação criminosa” devidamente organizada e que usava algumas figuras como “testas de ferro” para satisfazerem os seus objectivos criminosos.
Mediante isso, foram os mesmos presentes aos Dignos Magistrados do Ministério Público, para trâmites ulteriores.