O Presidente da Comissão Administrativa da Zona Económica Especial (ZEE-EP), Manuel Pedro, que está a ser acusado de se apropriar e ter vendido a chineses o parque da MONUA, no município de Viana, arredores da Ponte do KM-25, afirmou, em recente entrevista à TV Zimbo que, através de cartas, notificaram várias vezes os proprietários do espaço, mas nunca obtiveram resposta.

O representante do grupo empresarial AGRO-QUITEXE, Canígia Leandro Moçambu da Silva, proprietário do Parque da MONUA, desmente documentalmente as declarações de Manuel Pedro.

Canígia esclareceu a este jornal que, na verdade, foram contactados, algumas vezes, por cartas pela Zona Económica, mas não concorda com a informação do PCA quando afirmava que nunca foram respondidas as referidas cartas.

Para dissipar as dúvidas, apresentou as provas e, de igual modo, mostrou também as respostas, em cartas, que fizeram chegar à ZEE-EP, todas assinadas pelas partes, tudo isso para contrariar as declarações de Pedro.

"Não faz sentido nenhum, isso só demonstra o quanto ele tenta manipular os esforços para um entendimento entre as partes”, realçou, acrescentando que “o mais surpreendente para mim é que ele teve o descaramento de mentir para Angola e para o mundo, dizendo que nós nunca respondemos as cartas”.

Melhor do que as minhas palavras, disse, estão aqui as próprias cartas que eu faço chegar ao público, e assim se poderá analisar e fazer chegar aos leitores; isso comprova que este senhor “tem vindo a fabricar mentiras que estão agora a cair por terra".

Ele assegurou que a sua actividade arrancou em 1999, e não se instalou no referido espaço devido à ZEE. “Nós estamos lá antes da Zona Económica Especial ser instalada; ele não tem que comparar as coisas do jeito que fez", reparou.

Para Canígia, o PCA da ZEE veio demonstrar que está a agir de má-fé, quando mente publicamente “para nos prejudicar, mas como nós não temos nenhum problema com ninguém, está aí, está tudo comprovado”.

Lembrou que para além de responderem às cartas vindas da ZEE, esclareceu também, que sempre colaboraram com as instituições, sobretudo a fiscalização.

Por outro lado, aquele responsável da AGRO-QUITEXE afirmou que o espaço do parque da MONUA já está vendido a um grupo de empresários de nacionalidade chinesa, sem consultar os verdadeiros proprietários.

É aí onde está o cerne da discórdia. "Ele próprio, no caso o PCA da ZEE, temos aqui a documentação, passou o nosso terreno, vendeu o nosso terreno para uma entidade chinesa que vai fazer, supostamente, um centro de negócios e uma escola internacional", revelou.

Recorde-se que a direcção da Zona Económica Especial não aceita prestar nenhuma declaração a este Jornal, alegando indisponibilidade do seu PCA, Manuel Pedro.