Trabalhador da JETOUR de nacionalidade chinesa morre por acidente de trabalho e o corpo é abandonado na morgue há quase dois meses
Um cidadão de nacionalidade chinesa, que em vida respondia por Ding Hong Lin, de 54 anos de idade, que trabalhava como Bate-Chapa na empresa JETOUR, morreu no dia 14 de Abril do ano em curso, vítima de acidente de trabalho, e o corpo foi abandonado na morgue da Santa Ana, junto ao cemitério com o mesmo nome, isto há quase dois meses, à espera que seja transladado para a República Popular da China, onde a família pretende dar sequência ao óbito.
Por: Cambundo Caholua
De acordo com o filho do malogrado, Ding Hua, o facto sucedeu quando o seu pai, prestava serviço como profissional de Bate-Chapa na empresa acima referenciada e, no dia 11 de Março do ano em curso, foi atingido por uma porta que caiu na zona da perna, causando ferimentos graves.
Diante dessa situação, teve que ser internado na clínica Zhongtai, situada no Benfica, município de Belas, onde, urgentemente, foi submetido a uma cirurgia.
“A empresa JETOUR se predispôs a custear todas as despesas referente ao tratamento”, contou o filho, acrescentando que, dias depois, o seu pai recebeu alta médica.
“Já em casa”, continua, a perna começou a agravar-se e era necessário regressar ao hospital para revisão.
O filho, apreensivo com o estado de saúde do pai, foi pressionando a direcção da empresa JETOUR, onde o malogrado trabalhou por vários anos, a fim destes retirarem Ding Hong Lin de casa para o hospital, mas, lamentavelmente, a instituição tardou em socorrer a vítima.
Quando o estado de saúde do funcionário começou a piorar, “é quando a JETOUR mobilizou uma equipa para o levarem ao hospital, mas já era tarde”, porque segundo o filho, pelo tempo, o pai já havia chegado morto na clínica Zhongtai.
"A empresa de princípio estava acompanhar todos os processos, estava a ajudar a tratar todos os documentos, estava a pagar, mas depois, do nada, desistiram, diziam que já não iam continuar com o processo", explicou.
Família quer 76 milhões de kwanzas para levar o corpo para China
Segundo o nosso entrevistado, a empresa propôs um valor equivalente a 50 milhões de Kwanzas para todos os gastos do óbito, incluindo a transladação do corpo para à China, mas, a família não concorda, e exige 76 milhões de Kwanzas, valores estes que a JETOUR furta-se a pagar.
O filho do malogrado diz que já recorreu à embaixada da China em Angola onde expôs a situação, e a representação diplomática ligou de imediato à empresa JETOUR, e alertou que era sua responsabilidade pagar as despesas concernente a transladação do corpo e outras.
"A embaixada chinesa sabe do assunto e orientou a empresa JETOUR para resolver este assunto, e pagar os 76 milhões de Kwanzas", reforçou o familiar, referindo que parte da documentação já está tratada, faltando apenas um que está no notário.
O filho lamenta e atira-se também contra a Câmara de Comércio da China, “que tem sido uma instituição arrogante”, porque, segundo o mesmo, “sempre que foi contactada, pouco ou nada fez para solucionar o problema.
"Peço ajuda, já não sei o que fazer diante disso, fomos à empresa, eles correram connosco, orientaram os seguranças para nos tirarem fora", denunciou o jovem, acusando que a referida empresa agora alega que o cidadão em causa morreu vítima de doença e não foi oriunda de acidente de trabalho.
Por outra, o filho diz que o único membro de direcção da referida empresa capaz de resolver a situação está incontactável, e desconfia que já tenha viajado para a China, caso que deixa a família mais preocupada.