Prometia juros a dobrar- Ex-funcionário do BPC no Huambo acusado de burlar clientes e ficar impune porque tem ‘amigo’ no SIC
Domingo Ernesto Silvestre, ex -funcionário do Banco de Poupança e Crédito (BPC) no município da Caála, província do Huambo, está ser acusado de ter burlado 02 milhões de Kwanzas do cidadão Mariano Calei Kanepa, quando este pretendia depositar os valores monetários naquela dependência bancária.
Por: Kihunga Bessa
Em declarações a este jornal, a vítima conta que em Julho de 2020 dirigiu-se até àquela dependência bancária no intuito de guardar um milhão e 10 mil Kwanzas, dinheiro do seu negócio.
"Só que, quando cheguei ao Banco, o camarada mandou-me aumentar mais Akz 900,000,00 mil kwanzas para completar os 2 milhões e abrir conta prazo com previsão de 14%, e assim fiz", explicou.
Acrescentou que depois de aumentar os valores, o amigo aliciou-lhe dizendo que caso a operação fosse bem sucedida pelo facto de ele ser funcionário daquele Banco, na altura, a percentagem seria de 21%.
Foi ai então que a vítima decide aceitar a oferta, deixar o dinheiro nas mãos do mesmo.
Conta ainda o nosso entrevistado que passados seis meses, o antigo funcionário bancário terá entregado um valor de 200 mil kwanzas à vítima alegando ser já 10% dos seus valores conseguidos naquele período.
"Vendo isso, algo chamou me à atenção comecei logo a desconfiar e achei conveniente pedir de volta o meu dinheiro, mas infelizmente as voltas começaram", lamentou.
Salientou que tempos depois, o camarada foi demitido da instituição por envolvimento num outro caso em que ele e seus comparsas tentaram subtrair dinheiro das contas da comarca de Benguela e foram detidos pelos efectivos da polícia nacional.
Por causa das voltas, Domingos decidiu intentar uma acção judicial na PGR, no município da Caála, onde constituiu o processo n° 47 534/23.
Revelou ainda que depois foi encaminhado ao senhor Kalundindi, agente do SIC naquele município como instrutor do processo, mas por ser amigo do burlador, engavetou o referido processo.
O Na Mira do Crime contactou o acusado Domingo Ernesto Silvestre, por via telefónica para ouvir a sua versão, e este assume que deve dinheiro ao senhor Kanepa, já falecido, mas não liquidou a dívida até ao momento, porque ficou muito tempo sem emprego.
"O próprio filho do malogrado domina as dificuldades por que passei. Depois da morte do pai, ele ficou a par da situação e juntos procuramos um meio termo, onde eu havia me comprometido a devolver os valores", disse.
Realçou que estava atravessar um momento muito difícil, mas garante ter conseguido já um novo emprego e, deste modo, volta a comprometer-se a continuar a liquidar a dívida, a partir do próximo mês.