Duplo homicídio no Belas: Arguidos negam que receberam ordens de ‘execução’ do Comandante Aragão
O Tribunal de Comarca de Belas agendou para esta quinta-feira, 08, a leitura dos autos e a discussão dos quesitos, do antigo comandante da Polícia e delegado do Ministério do Interior do município de Belas, em Luanda, superintendente Evandro Aragão, que está em prisão preventiva desde Agosto de 2023, acusado do crime de homicídio de dois jovens na Zona Verde, município de Belas.
Por: Ngunza Chipenda
Faltando apenas a audiência final para a leitura do acórdão, o Ministério Público pediu “pena máxima” ao arguido Evandro Aragão, acusado de autor moral neste processo que envolve mais 5 arguidos.
Por outro lado, segundo fonte do Na Mira do Crime, nas várias audiências de julgamento, os três agentes do Comando Municipal de Belas que tiveram contacto com as vítimas até à morte, negaram sempre que receberam ordens expressas do comandante Evandro Aragão, para assassinarem os dois jovens na zona verde do município de Belas, no mês de Fevereiro de 2023.
Os referidos agentes da polícia, explica a nossa fonte, nomeadamente Paulo Gonga Simão, Francisco Domingos Chicola e João Tchitote, confirmaram que tiveram contacto com às vítimas, ainda em vida, a partir do bairro Parapeito Esqueleto, onde foram acudir uma situação que envolveu os dois jovens que já tinham sido duramente espancados pela população, por tentativa de roubo numa lanchonete, com recurso a arma de fogo.
Em sede de julgamento, Evandro Aragão disse que a data dos factos não deu a ordem de assassinato dos dois jovens, e não teve contacto directo com as vítimas, porque durante o dia cumpriu com as suas obrigações, enquanto comandante municipal, e no período nocturno teve um compromisso familiar “que consta nos autos”.
Segundo a fonte, o Ministério Público sustenta a sua acusação contra Evandro Aragão, em função do que se produziu em sede da instrução preparatória e do que disseram os três agentes.
“Os mesmos agentes que em sede de julgamento negaram que receberam uma orientação do Comandante Evandro Aragão, para assassinarem os jovens”.
Aragão foi Comandante Municipal de Belas e, no seu consulado, foi tido como ‘operativo’ firme no combate ao tráfico de drogas e armas, a prostituição, a usurpação e ocupação ilegal de terrenos para além das injustiças que os munícipes de Belas estavam sujeitos.