Coordenadora da Comissão de Moradores do Mayé-Mayé acusada de falsificação de documentos e burla
A cidadã nacional Romana Bambi, coordenadora do bairro Mayé-Mayé, residente no condomínio “Casas Azuis”, distrito urbano do Sequele, está a ser acusada pelo nacional Edmilson Paulo, de estar envolvida num esquema de burlas de residências, onde a mesma lidera uma suposta associação criminosa, que já lesaram várias pessoas com o sonho da casa própria, naquele projecto habitacional (Mayé-Mayé), situado no município de Cacuaco.
Por: Alfredo dos Santos Talamaku
Em exclusivo ao Na Mira do Crime, Edmilson adiantou que os factos ocorreram em 2021, quando a sua esposa terá confiado à acusada 550 mil kwanzas (na altura ainda não desempenhava o cargo de coordenadora) para a aquisição de uma residência do tipo T3, na localidade do Mayé-Mayé, Projecto Habitacional promovido pelo Programa Provincial de Habitação Social, destinado ao realojamento de pessoas que residiam em zonas de riscos, na área do antigo mercado Roque Santeiro.
“A senhora Romana prometeu resolver tudo na legalidade e em pouco tempo, numa primeira fase entregamos 550 mil Kwanzas, o acordo era que, quando nos fosse entregue às chaves da residência, teríamos que concluir o pagamento na ordem de 1 milhão e 500 mil kwanzas”, descobriu.
No entanto, conta o nosso entrevistado, a acusada terá falsificado um “termo de entrega” de habitação passado pelo Governo Provincial de Luanda, como prova de que o processo encontrava-se em bom curso.
"A data do documento chamou-nos a atenção, estava assinalado 2015, logo passamos a desconfiar da senhora, e com agravante de não cumprir o tempo combinado", lembrou, acrescentando que, momentos depois, a senhora passou a informação de que, por algumas razões, não seria sido possível a entrega do imóvel, prometendo conceder um espaço de terra na zona da Vila Cativa.
"Não consegui dar credibilidade às promessas da senhora, então exigimos a devolução do dinheiro”.
Porém, conta, a acusada rebateu alegando que serviu apenas de intermediária de uma outra senhora, identificada apenas por Cláudia, residente no Sequele.
“Mas não aceitamos esta afirmação dela, porque fizemos a transferência do dinheiro na conta bancária dela. E, ainda mais, descobrimos que não éramos os únicos, haviam mais seis pessoas na mesma situação de burla, então nos apercebemos que estávamos perante uma rede de burladores", acusou.
Acusada diz que só queria ajudar…
Contactada pela nossa reportagem, na manhã desta segunda-feira, 23, a acusada admitiu estar envolvida em negócios de venda de residências, e ter recebido dinheiro de várias pessoas.
"Eu queria apenas ajudá-los a conseguir às residências, mas quem ficou com o dinheiro todo é a senhora Cláudia que, infelizmente, encontra-se foragida, mas eu prometo devolver o dinheiro de todos, uma vez que tenha sido eu a dar a cara ao negócio", prometeu.
Porém, os lesados dizem que a coordenadora mente quando diz que vai devolver “o que nos deve”. “Não acredito que tenha possibilidade de devolução, por se tratar de promessas antigas, mas não nos vamos deixar levar pelas suas palavras", concluiu, avisando que tarde ou cedo a acusada será contactada pelas autoridades.