Efectivo do DIIP-Catumbela que ejaculou na boca de uma queixosa está na cadeia do Cavaco e vai ser expulso da corporação
O efectivo da Polícia Nacional, António dos Santos Sacambissa, que no dia 13 do mês em curso, enquanto chefiava o Piquete do DIIP no Comando Municipal da Catumbela, província de Benguela, abusou sexualmente de uma cidadã de 26 anos, dentro da esquadra, sob ameaças de morte, está preso no Estabelecimento Penitenciário do Cavaco, e para além da responsabilidade criminal, vai ser expulso da corporação.
Por: Ngunza Chipenda e Solange Figueira
Os factos
Na tarde do dia 13 do mês em curso, a cidadã nacional Júlia Florença, de 26 anos de idade, deslocou-se ao Comando Municipal da Catumbela, onde o acusado estava de piquete, para abrir uma participação contra o pai do seu filho, que não presta assistência ao filho, há mais de seis meses.
No piquete do DIIP, foi atendida pelo oficial da Secção Municipal de Investigação de Ilícitos Penais (SMIIP), António Monteiro dos Santos Sacambissa.
O acusado, que se encontrava devidamente escalado, propôs um rápido atendimento no caso se, em contrapartida, a vítima acariciasse as suas partes íntimas (pénis) e de seguida chupasse.
Sem meias medidas, sacou a pistola e colocou por cima da mesa, para intimidar a jovem e trancou a porta.
Temendo pela vida, a jovem seguiu às indicações do acusado, realizou o desejo do polícia, até ao ponto de ejacular na boca da vítima.
Após explicar na irmã que a acompanhava, a jovem foi aconselhada a abrir uma queixa contra o infractor, e assim aconteceu.
Nesta ordem de ideia, o polícia foi de imediato detido, aberta a competente participação, sendo que de seguida foi presente à Polícia Judiciaria Militar, junto ao Comando de Benguela.
Preso foi transferido para o Estabelecimento Prisional de Cavaco, diz o Porta-voz da Polícia em Benguela
Contactado pelo Na Mira do Crime via telefónica, o Porta-voz da Polícia em Benguela, Superintendente-chefe, Ernesto Tchiwale, informou que o efectivo em causa foi presente ao Ministério Público, e foi conduzido ao Presídio Militar do Cavaco, sendo que o processo está ser seguido pelo judiciário Militar.
No entanto, o Comandante Provincial da Polícia em Benguela, Comissário, Aristófanes dos Santos, repudia tal acto, e diz que sente-se envergonhado pelos dois últimos acontecimentos e casos ligados a agentes e oficiais da Polícia Nacional em Benguela.
“Estes agentes e oficiais, têm uma reputação a zelar e o dever obrigatório de proteger o cidadão, mais optam por cometer crimes que mancham as suas reputações, ferindo a dignidade humana”, lamentou.
Aristófanes, que falava aos seus efectivos, mostrou-se muito triste, principalmente pela “asneira” cometida pelo efectivo na Catumbela, classificando-a como inaceitável.
“Estamos muito tristes e preocupados com o que aconteceu no território da catumbela, e para além da responsabilidade individual do autor, há a responsabilidade institucional, por isso, volta e meia, pedimos desculpa a população”, disse, acrescentando que já baixou instrução a inspecção, com objectivo de tudo fazer para aplicação das devidas sanções
“E volto a chamar a atenção que às nossas sanções disciplinares vão desde a simples repreensão, até a demissão compulsiva”, avisou.
“Uma pessoa que está no piquete e comete actos criminais, não pode permanecer na nossa corporação, então a nossa proposta é clara, é demissão compulsiva”, sentenciou.