Estão identificados: Marginais exigem “nas barbas da polícia” que taxistas paguem ‘propinas’ nas paragens da Cuca e São Paulo
Os taxistas que circulam pela Avenida Hoji-ya- Henda apelam ao Comando Municipal de Cazenga e ao Comando Municipal de Luanda, no sentido de desmantelarem os grupo de jovens que ficam ao longo das paragens da Cuca e São Paulo, que exigem o pagamento de propinas aos de taxistas, chegando ao ponto de agredir fisicamente quem tenta demarcar-se das exigências.
Por: Alfredo dos Santos Talamaku
Os azuis e branco chamaram o Na Mira do Crime para vivenciar e constatar às denúncias enviadas quase todos os dias a nossa caixa de mensagem.
Preocupados com a situação, que se arrasta já há algum tempo, principalmente nas paragens da Cuca e São Paulo, nas mediações do Arreiou, pontos principais de roubo por parte dos bandidos.
Nacobeta, taxista, explicou que, logo pelas primeiras horas da manhã, os homens do volante deparam-se com os indivíduos que exigirem o pagamento pela circulação naquela via.
"Não são lotadores, dizem que são os donos das vias, na paragem da Cuca ficam três, comandado por um jovem de estatura grande, escurinho e, na paragem do São Paulo, actuam cerca de sete, comandado por um jovem 'mulato' com tatuagem nos braços”, descreveu, acrescentando que, todos que se demarcam das suas pretensões são conotados e correm o risco de serem agredidos fisicamente.
"Até agora nos perguntamos quem os protege, eles surgiram do nada, não se compreende que elementos que não estão ligados aos lotadores nem as placas, façam recolha de dinheiro como e quando quiserem, somos obrigados a pagar a eles, aos lotadores e por vezes aos homens das placas, o admirável é que fazem as suas malandrices ao lado dos agentes de trânsito ou da polícia de ordem pública e ninguém faz absolutamente nada”, queixou-se.
Os taxistas, acreditam que por detrás de tudo isto existe alguém na polícia que os protege e ganha com isso.
A nossa reportagem contactou a direcção da Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) que avançou ser do conhecimento da organização a existência dos referidos elementos.
Samuel Maurício, membro de direcção no Cazenga, explicou que os implicados não são indivíduos que actuam de forma independente.
“Os lotadores por nós controlados são identificados pelo uniforme, um colete ou camisola com a descrição da organização, ou até mesmo apresentam um passe da ANATA, quanto aos grupo de jovens que intimidam os taxistas e exigem pagamento de dinheiro pela circulação, já foram convidados a juntar-se a nós, mas recusaram-se", lembrou.
"Por mais que eles aparentam ser protegidos, o Serviço de Investigação Criminal (SIC), deve investigar, porque há relatos de que sejam rapazes pertencentes a grupos de marginais dentro dos bairros, e o dinheiro arrecadado serve para alimentar os vícios como droga e consumo de bebidas alcoólicas, se não for colocado termo a esta situção, surgirão mais grupos com esta prática", disse Man Nela, taxista da via do São Paulo - Kicolo.