Em Cacuaco - Secretário do CAP do MPLA acusado de forjar documentos da Igreja I.E.B.A para extorquir a população
João Ferreira, Presidente do concelho e primeiro secretário do Comité de Acção do Partido (CAP) do MPLA do bairro Deolinda Rodrigues, Distrito Urbano dos Mulenvos de Baixo, município de Cacuaco, está ser acusado de ter levado a cabo uma campanha de registo civil de menores naquela circunscrição, cobrando valores monetários de 500 a 2000 Kwanzas em nome da Igreja Evangélica Baptista em Angola (I.E.B.A) da Pedreira para extorquir a população
Por: Kihunga Bessa
Preocupados com a situação que mancha o bom nome daquela igreja, os responsáveis daquela denominação religiosa contam que, em 2022, houve uma campanha de registo de menores levado a cabo pelo próprio governo e que terá abrangido aquele bairro em que os moradores participavam com uma taxa de 500 kwanzas, mas que também já terminou há muito tempo.
Acrescentam ainda que há cerca de um mês, a comissão de moradores do bairro Deolinda Rodrigues, através do seu presidente do concelho de moradores, reactivou uma outra campanha de registo de menores com idades compreendidas entre zero e 5 anos, em nome da referida Igreja, cobrando valores monetários que vão de 500 a 2000 Kwanzas, usando documentos falsos sem conhecimento da própria igreja.
Segundo a senhora Domingas Paiva Mbuta, pastora responsável de mais de cinco paróquias localizadas nas zonas da Pedreira e Deolinda, explica que a igreja nunca participou em nenhuma campanha do género e ficaram surpreendidos quando um alguns moradores comentavam sobre a referida campanha que estava a ser levada a cabo em nome da igreja e que seria a responsável na entrega das cédulas às pessoas.
"Quando ouvimos isso, fomos atrás da comissão de moradores daquele bairro para saber o que se passava, adquirimos a documentação que os mesmos usam para enganar as pessoas, vimos que era um documento falso desde o logótipo, o cabeçalho, à assinatura", informou.
Salientou ainda que após terem em posse tais documentos, a situação constituiu-se um grande perigo pois todos os cidadãos sabiam que a igreja seria a responsável na entrega dos documentos tratados. Então, a Direcção da igreja endereçou um oficioso à Administração do Distrito Urbano dos Mulenvos de Baixo, na pessoa do Administrador do Distrito Luiz Gonzaga, uma vez tratar-se de alguém pertencente àquela instituição, mas que, infelizmente, foram desprezados.
"Como o Administrador não nos deu ouvidos, escrevemos para o comando municipal de Cacuaco da polícia nacional e aguardamos o seu pronunciamento", disse.
De acordo com aqueles responsáveis e fiéis que falam para a nossa reportagem, temem que a igreja venha a ser invadida pois é tida como promotora do falso registo. Por isso, ordem a intervenção da Polícia Nacional e do SIC, pelo facto daqueles responsáveis do bairro incorrerem nos crimes de falsificação de documentos e extorsão e por lesar a igreja.
"Esperamos que a polícia tome conta da situação o mais rápido possível ", alertaram.
O jornal Na Mira do Crime contactou o acusado, João Ferreira, que reconhece terem sido enganados por um jovem que se fez passar por crente daquela igreja. Para o responsável, foi um erro não terem contactado a direcção da igreja do IEBA. "Ele apareceu com a proposta da campanha casa-a-casa, visto que está em curso o processo do censo, então preferimos albergá-lo na nossa comissão do bairro. Reconhecemos que erramos em dar a cara no projeto", reconheceu.
Acrescentou que passados alguns dias, deram conta estavam todos enganados pelo jovem que nunca mais apareceu e que levou uma parte dos valores monetários cobrados.
"Por isso, estamos a passar de casa em casa daqueles que deram o seu dinheiro para a devolução e informar que também fomos enganados", garantiu, tendo pedido desculpas à direcção da igreja IEBA, em geral.