Corrupção nos Serviços Prisionais: Intendente prisional e agente acusados de burlar 600 mil Kwanzas com promessa de enquadramento nas forças
Uma cidadã nacional que atende pelo nome Cristina João Lopes, efectiva dos Serviços Prisionais, destacada na Comarca de Viana, em Luanda, é acusada de burla ao ter requisitado e recebido cerca de 600 mil Kwanzas de vários cidadãos com a promessa de enquadramento na Polícia Nacional.
Por: Alfredo dos Santos Talamaku
Os factos narrados por uma das vítimas, que pediu anonimato, atestam que a acusada terá apresentado no pretérito ano de 2023, a proposta de enquadramento a quatro pessoas ligadas a mesma família, a custo de 300 mil Kwanzas cada uma.
A quantia, avançou, terá sido entregue em prestações, ou seja, cinquenta porcento do valor monetário solicitado.
"Foi-lhe entregue 600 mil Kwanzas, primeiro 300 mil Kwanzas, que seriam 150 mil Kwanzas para o meu enquadramento e 150 mil Kwanzas para a minha esposa”; mais tarde, continuou, “recebeu outros 300 mil, que seria para o meu cunhado e a sua esposa. Era muita pressão mas depositamos confiança nela porque era alguém com alguma aproximação a nossa família", contou.
A promessa, continuou o nosso entrevistado, tornou-se estranha pela mudança de comportamento que a acusada passou a apresentar, apresentando falsas datas para o enquadramento em supostas listas.
"Devido a nossa pressão, a senhora já não atendia as nossas ligações, quando atendesse, não conseguia explicar as razões da demora para o nosso enquadramento e, mais tarde, passou a usar arrogância”.
Já lá se vai um ano e, revelou, o nosso entrevistado, descobriram que não são os únicos, há ainda mais pessoas atrás dela para a devolução do dinheiro.
Contactada pela nossa reportagem, Cristina João Lopes, na qualidade de acusada, reconheceu ter recebido o dinheiro, tendo avançado que terá a integração do pessoal dependia de um dos seus colegas identificado por Manuel Carlos, Intendente prisional escalado na direcção geral no Departamento de Recursos Humanos dos Serviços Prisionais.
"O dinheiro não parou nas minhas mãos, todo o dinheiro recebido era direccionado ao Chefe Manuel, destacado na Direcção Geral e não posso revelar mais detalhes porque o assunto já começou a colocar a minha vida em perigo, tenho recebido várias ameaças mas não fui eu quem ficou com o dinheiro", disse.
Em acto continuo, o Na Mira do Crime contactou o suposto intendente prisional, acusado de envolvimento nos factos narrado pela acusada que, de igual modo, admitiu o envolvimento e garantiu que o caso já se encontra a ser resolvido e brevemente o assunto será resolvido.
"Já há um acordo com o pessoal da minha colega Cristina, desistência no processo foi por parte deles, porque não queriam esperar o outro grupo, então, acordamos devolver o dinheiro. Não se trata de uma burla, uma vez que, nesta altura, tem um grupo no Uíge e outro no Huambo e estava programado que eles fizessem parte da terceira etapa, mas decidiram não esperar mais. Eu ganho quase 500 mil Kwanzas e não há razões de me envolver em burla, apenas pretendíamos ajudar", justificou.