O Serviço de Investigação Criminal (SIC), através da sua Direcção Provincial do Icolo e Bengo, deteve, nesta sexta-feira,10, três cidadãos chineses, com idades compreendidas entre 39 e 59 anos de idade, bem como desmantelou um estaleiro e apreendeu 15 PTs avaliados em mais de um bilhão de Kwanzas e meios electrónicos implantados para mineração de criptomoedas avaliados em cerca de 98 milhões de dólares, na comuna de Cabiri.

Por: Cambundo Caholua

Segundo o Porta-voz do SIC-geral, Superintendente-chefe Manuel Halaiwa, a operação realizou-se na comuna de Cabiri, onde os chineses tinham implantados cerca de cinco naves, que continham mais de 91 mil processadores de mineração de criptomoedas, assim como 15 transformadores de energia que seria para instalar uma subestação eléctrica para abastecer o complexo.

O trabalho realizado no âmbito de uma micro-operação, contou também com a coordenação das Direcções Nacionais de Combate aos Crimes Informáticos e fraudes financeiras e fiscais.

"Eles têm aqui uma estrutura devidamente equipada", reconheceu, salientando que eles montaram a estrutura próximo da subestação da Rede Nacional de Transporte (RNT) de grande potência, que leva a energia para vários pontos do país", começou por explicar o Porta-voz.

"Eles colocaram exactamente aqui 15 transformadores de alta potência para receberem energia eléctrica desta subestação para, depois, serem direccionados às suas subestações eléctricas e aumentar a sua potência para fornecer as cinco naves montadas no local", prosseguiu.

No interior, seriam montados cerca de 91 mil processadores e cada custou no mercado cerca de 1.200 dólares que, no total, só para os processadores, foi um investimento avaliado em cerca de 100 milhões de dólares.

A estrutura está devidamente equipada com dormitórios, instalações com ventiladores, filtros de ar para comprimir a pressão e o conjunto de material montado que, se entrasse em funcionamento, diariamente, os chineses teriam uma facturação de 300 a 400 mil dólares.

Por outro lado, o responsável do SIC disse que há fortes suspeitas de que no local exista actividades de branqueamento de capital, além de outros crimes conexos que serão desvendados.

Os mesmos chineses, em 2021, endereçaram uma carta à ENDE para solicitar a instalação de energia eléctrica, no sentido de, especificamente, abastecer o complexo. Os responsáveis daquela instituição remeteram o ofício às outras autoridades, tendo sido mal sucedidos.

Todos meios apreendidos vão reverter-se ao Estado, em obediência à lei; ao passo que os detidos já foram presentes ao Ministério Público.

No entanto, por não estarem directamente envolvidos na mineração da criptomoedas, embora tenham sido encontrados em posse do material, o Ministério Público vai colocá-los em liberdade mediante o termo de identidade de residência.

Sabe-se também que o proprietário da referida estrutura encontra-se na República da China.